Pista do aeroporto deve ser desativada para pousos e decolagens de aviões até 2019, ficando restrita a helicópteros
Por Giuliano Agmont e Edmundo Ubiratan Publicado em 03/08/2017, às 16h50 - Atualizado em 04/09/2017, às 14h57
As operações regulares de aviões no Campo de Marte estão com os dias contados. A informação não é oficial, mas a decisão já estaria tomada. A pista do principal aeroporto para a aviação geral do Brasil, localizado na Zona Norte de São Paulo, deve ser desativada em 2019, ficando restrita apenas a pousos e decolagens de helicópteros e aeronaves de asas fixas em situações extraordinárias.
No último dia 21 de julho, a Prefeitura de São Paulo e o Ministério da Defesa manifestaram a intenção de instalar um parque municipal em parte da área do sítio aeroportuário de Marte. Na primeira fase do projeto, dos 2,1 milhões de metros quadrados do aeroporto, 406 mil serão destinados ao parque. A área, que corresponde a 20% do espaço existente permanece sem uso desde a inauguração do aeroporto.
Nesta semana, uma nova reunião marcou a próxima fase para a transferência do acervo do Museu da Tam para uma área anexa ao novo parque, localizada num terreno hoje desocupado, ao lado do Hospital da Aeronáutica (HASP). O museu contará com um amplo prédio, maior que o existente atualmente em São Carlos, no interior paulista, e terá ainda um anexo dedicado a eventos e outro dedicado a oficinas de manutenção e restauro. Espera-se que, além do acervo do Museu da TAM, o novo museu, cujo nome ainda está indefinido, receba aeronaves de outros museus civis e militares, incluindo os da própria FAB.
A Prefeitura estaria agora definindo os detalhes finais do fechamento definitivo da pista para operações regulares, administradas hoje pela Infraero. A meta seria retirar, até 2019, todas as operações de asas fixas do aeroporto. No entanto, a previsão é que a pista seja mantida, operando apenas em exceções ou casos específicos, como eventos ou em apoio ao museu.
O aeroporto movimenta atualmente pouco mais de 125.000 passageiros ao ano, em cerca de 70 mil operações aéreas. A previsão é que a aviação de asa fixa seja transferida para aeroportos instalados na região metropolitana, como o Catarina, localizado em São Roque, ou mesmo os aeroportos de Jundiaí e Sorocaba.
Mais detalhes do projeto que deve ser firmado sobre área do Campo de Marte serão anunciados no dia 7 de agosto. Nessa data haverá assinatura do protocolo de intenções e do termo de liberação de acesso.
A Aeronáutica, em nota, esclarece que "deverá ser firmada uma Cessão de Uso de Área à Prefeitura Municipal de São Paulo para a construção de um parque municipal e de um museu aeroespacial, que ocupará cerca de 30 mil m² da área total cedida". E prossegue: "As construções que existem hoje na área de uso público, como o Hospital da Aeronáutica, Parque de Material Aeronáutico e aeroporto, permanecerão em funcionamento normal, inclusive os empreendimentos privados instalados na área administrada pela Infraero".
Hoje, o Campo de Marte, perímetro em vermelho, corresponde a uma área de aproximadamente 2.113.000 m² . A área é dividida em duas partes: uma que já se encontra destinada ao uso público e uma que ainda não tem destinação específica. A área a ser cedida (em azul), hoje sem destinação ao uso público, possui cerca de 406 mil metros quadrados.