Brasil registra 2.907 incidentes de Busca e Salvamento em 2024

FAB registra 234 horas de voo em operações SAR no Brasil, mas falsos alertas seguem como desafio

Por Gabriel Benevides Publicado em 27/03/2025, às 16h39

A FAB participou de 30 operações reais de Busca e Salvamento - Força Aérea Brasileira/Divulgação

O Brasil contabilizou 2.907 incidentes relacionados a Busca e Salvamento (SAR) em 2024, de acordo com o Anuário SAR do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Desses, 30 evoluíram para operações reais, incluindo casos aeronáuticos, marítimos, homem ao mar e evacuações aeromédicas, todos com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB).

Conforme o levantamento, 21 pessoas foram resgatadas com vida em missões que contaram com a participação da FAB. As operações de Busca e Salvamento demandaram um total de aproximadamente 234 horas de voo, distribuídas por diferentes regiões.

O Brasil desempenha um papel relevante no Programa Cospas-Sarsat, sistema internacional de busca e salvamento via satélite. No entanto, a ocorrência de falsos alertas ainda representa um desafio. Em 2024, foram registrados 1.236 sinais de alerta, dos quais apenas 19 foram reais. Os demais se dividiram entre 607 casos de mau uso, 114 falhas de equipamento, 54 ativações voluntárias e outras ocorrências, totalizando 935 falsos alarmes.

Os acionamentos indevidos estão relacionados, principalmente, à ativação errônea de Transmissores Localizadores de Emergência (ELT e EPIRB), dispositivos embarcados em aeronaves e embarcações. Esses equipamentos podem ser acionados voluntariamente ou automaticamente, em caso de impacto. O sinal emitido é captado por satélite e encaminhado ao Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC), que coordena as respostas através dos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO).

Para o Major Aviador Bruno Vieira Passos, Chefe da Divisão de Busca e Salvamento (DSAR) do Subdepartamento de Operações do DECEA, os dados apresentados no Anuário SAR 2024 indicam avanços na doutrina e na operação de busca e salvamento no Brasil. “A redução de incidentes que evoluem para operações reais e a melhoria nos processos de detecção e resposta são pontos positivos. No entanto, a alta incidência de falsos alertas continua sendo um desafio, demandando maior conscientização dos operadores de balizas”, destacou.

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