Aeronaves com motores PW4000 estão proibidas de voar desde uma falha em fevereiro desde ano
Marcel Cardoso Publicado em 20/10/2021, às 09h25 - Atualizado às 13h59
Imbróglio começou com incidente em um voo da United Airlines, em fevereiro | Foto: Hayden Smith
A Boeing está pressionando os reguladores da aviação civil nos Estados Unidos para a aprovação de melhorias nos motores PW4000, da Pratt & Whitney, após uma falha catastrófica em um voo em fevereiro deste ano.
O fabricante pretende acelerar a retomada das operações de parte da frota de 777-200, que está impedida de voar há oito meses. A Boeing está fazendo alterações no projeto, como nas entradas de ar e nas carenagens do motor, visando garantir a segurança de voo mesmo com uma explosão catastrófica do motor.
Os trabalhos aconteceram após um 777-200, registro N772UA, da United Airlines apresentar uma falha não contida logo após decolar de Denver (DEN) para Honolulu (HNL), nos Estados Unidos. Ainda que existam poucos 777-200 em serviço, a maioria em empresas norte-americanas, voando basicamente rotas domésticas, a paralisação compromete a retomada do mercado, assim como coloca uma nova pressão sobre a Boeing.
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Na última semana, a agência de aviacão civil dos Estados Unidos, a FAA, disse que a Boeing solicitou isenções para permitir que os 777 com o PW4000 possam voltar a operar comercialmente o mais rápido possível. “Essa isenção é necessária para permitir a certificação e incorporação das mudanças incrementais à medida que elas se tornam disponíveis para aumentar a segurança e para cumprir o período de conformidade exigido antecipado das diretrizes de aeronavegabilidade planejadas”, disse o fabricante em ofício ao órgão regulador.
Tal solicitação teria sido feita também para alguns 737 NG com motores CFM56, após duas ocorrências relacionadas a falhas nas blades de aviões da Southwest Airlines, em 2018. Neste caso a Boeing solicitou que a FAA “permita a incorporação de uma série de mudanças de design na entrada de ar, na proteção do motor e no bocal de escape primário do 737, à medida que eles se tornam disponíveis, a fim de aumentar ainda mais a segurança”.
Ainda que os problemas não sejam considerados graves, do ponto de vista da segurança da frota mundial, a Boeing tem visto um acumulo de problemas em sua divisão comercial há quase uma década.