A Boeing está em negociações para vender até 500 aeronaves à China em meio as tensões comerciais
Por Marcel Cardoso Publicado em 22/08/2025, às 09h11 - Atualizado às 18h20
A Boeing está em tratativas para vender até 500 aeronaves comerciais para a China, segundo informações da Bloomberg News divulgadas na última quinta-feira (21). Fontes próximas às conversas afirmam que o negócio incluiria diferentes modelos, tipos de aeronaves e cronogramas de entrega.
Caso concretizado, o pedido seria o primeiro grande contrato da Boeing com clineses chineses desde a visita do então presidente Donald Trump a Pequim, em seu mandato anterior. O volume da encomenda tem potencial para se tornar um dos principais pontos de um possível acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.
A negociação ocorre em um momento de estagnação das encomendas da Boeing no mercado chinês, em razão das tensões comerciais. A retomada dos pedidos seria considerada um avanço estratégico no segundo maior mercado de aviação do mundo.
O eventual contrato também ajudaria a Boeing a reduzir a distância na carteira de pedidos em relação à Airbus, que consolidou posição dominante na China nos últimos anos. Os europeus têm ampliado entregas e encomendas no país, pressionando a participação da rival norte-americana.
De acordo com a Bloomberg, autoridades chinesas iniciaram consultas com companhias aéreas locais para identificar as necessidades de novas aeronaves e fornecedores. Esse processo definirá a configuração do pedido, incluindo modelos de jatos de corredor único, widebodies e possivelmente turboélices regionais.
A negociação segue tendência de grandes pacotes comerciais envolvendo a Boeing em visitas diplomáticas recentes. No Oriente Médio, fechou um dos maiores contratos de sua história, com a Qatar Airways confirmando a aquisição de 160 aeronaves de fuselagem larga, além de opções para mais cinquenta. Esse acordo é avaliado em cerca de US$ 96 bilhões e incluiu também a compra de motores da GE Aerospace.
Procurada por AERO Magazine, a Boeing informou que não comenta sobre especulações.