A Boeing entregou 38 aviões no primeiro mês do ano, ligeiro crescimento em relação ao janeiro do ano passado quando foram registradas 32 entregas
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 17/02/2023, às 16h00 - Atualizado às 18h00
A Boeing entregou 38 aviões em janeiro, sendo 35 unidades da família 737 MAX e três 787 Dreamliner. A marca é ligeiramente superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando a Boeing entregou 32 aviões.
Ainda assim, a Boeing superou a Airbus, que em janeiro entregou apenas vinte aeronaves, quase um terço a menos que o registrado em 2022. A demanda por aviões comerciais novos segue instável, com as companhias aéreas realizando grandes pedidos, com entregas futuras, mas muitas avaliando o momento de recebimento em meio a incertezas quanto a economia global.
A Boeing também registrou pedidos brutos de 55 aeronaves no mês passado, sendo 33 aviões da família 737 MAX, quinze aviões-tanque KC-46, para a Força Aérea dos EUA; e sete 787 Dreamliner. Todavia, os pedidos líquidos foram de apenas dezesseis aeronaves, visto os 39 cancelamentos registrados em janeiro.
A Boeing, como a maioria dos fabricantes aeronáuticos no mundo, trabalha para resolver problemas na cadeia de produção, que sofre com atrasos há quase três anos, desde o início da crise sanitária e potencialmente agravado com a Guerra na Ucrânia.
Os executivos da Boeing afirmam que o ritmo de entregas deverá permanecer variável mês a mês, com expectativas inferiores inclusive para fevereiro.
Em janeiro a Boeing ainda registrou a entrega do último 747-8F, encerrando assim definitivamente a produção do eterno Jumbo. O quadrimotor que já representou quase metade das vendas e entregas da Boeing por vários anos, passou a sofrer com a concorrência de grandes bimotores, sobretudo do 777-300ER, inclusive agora como cargueiro, e do A350-1000, que oferecem capacidade e alcances próximos, mas com custos até 30% inferiores.
Atualmente a Boeing trabalha para certificar os 737 MAX 7 e MAX 10 dentro das antigas normas da FAA, a autoridade de aviação civil dos Estados Unidos, evitando uma mudança no processo que inviabilizaria a continuidade do conceito de família. Caso seja obrigada a instalar novos sistemas de alertas de cabine nos 737 MAX 7 e MAX 10, a Boeing teria na prática dois produtos, com ambos os aviões exigindo carteiras diferentes dos pilotos dos MAX 8 e MAX 9.
Ainda na aviação comercial a certificação do 777-9 segue com atrasos, com o cronograma atual prevendo as entregas para os primeiros clientes ocorrendo em 2025, ao menos cinco anos depois do plano original. Já o 777-8 está em desenvolvimento e suas entregas deverão ocorrer ao menos dois anos após o irmão maior.