Centro conjunto de pesquisa é voltado para biocombustíveis para a aviação
Redação Publicado em 14/01/2015, às 14h00 - Atualizado em 19/01/2015, às 23h34
A Boeing e a Embraer inauguraram o Centro Conjunto de Pesquisa em Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação, que pretende consolidar o estabelecimento da indústria de biocombustíveis de aviação no Brasil.
No Centro Conjunto de Pesquisa Boeing-Embraer, instalado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), as empresas coordenarão e financiarão pesquisas com universidades e outras instituições brasileiras. As pesquisas terão como foco o desenvolvimento de tecnologias para preencher lacunas na criação de uma indústria de biocombustíveis sustentáveis para a aviação no país, como produção de matérias-primas, análises técnico-econômicas, estudos de viabilidade econômica e tecnologias de processamento.
A colaboração da Boeing com a Embraer na área de biocombustíveis é liderada pela Boeing Pesquisa e Tecnologia Brasil (BR&T-Brasil), um dos seis centros internacionais de pesquisa avançada da Boeing. O BR&T-Brasil trabalha com a comunidade brasileira de pesquisa e desenvolvimento para expandir as capacidades e cumprir as metas econômicas e de desenvolvimento tecnológico do país e, ao mesmo tempo, apoiar a criação de tecnologias inovadoras e de custo acessível para as unidades de negócio da Boeing. Além dessa colaboração no Brasil, a Boeing possui projetos ativos de desenvolvimento de biocombustíveis em diversos países, como Estados Unidos, China, Japão e Austrália.
O Centro Conjunto de Pesquisa Boeing-Embraer é o mais recente de uma série de esforços colaborativos realizados por Boeing, Embraer e parceiros brasileiros na área de biocombustíveis sustentáveis para a aviação. Juntas, Boeing, Embraer, Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) promoveram uma série de workshops no Brasil e publicaram um estudo detalhado, chamado Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil, que identificou as lacunas que desafiavam o estabelecimento dessa indústria. Essas lacunas serão parcialmente preenchidas pelo novo Centro Conjunto de Pesquisa Boeing-Embraer.
A Embraer também colaborou com diversas iniciativas voltadas à produção de um biocombustível de aviação economicamente viável e que atenda os rígidos requisitos da indústria. Em 2011, a Embraer e a GE Aviation concluíram testes de voo sob uma ampla variedade de condições com um E170 movido a ésteres e ácidos graxos hidroprocessados (HEFA). No ano seguinte, um E195 da companhia aérea Azul voou durante o congresso Rio+20 utilizando bioquerosene à base de cana de açúcar desenvolvido pela Amyris.
Estudos mostram que biocombustíveis sustentáveis para a aviação emitem uma quantidade menor de carbono, de 50% a 80% inferior, ao longo de seu ciclo de vida do que o combustível de aviação fóssil. Mais de 1.600 voos comerciais com uso de biocombustível de aviação já foram operados em todo o mundo desde 2011, quando o uso desse tipo de combustível foi aprovado.