American Airlines é a quinta companhia aérea a operar o 787 no país. Entenda as inovações tecnológicas deste revolucionário jato
Redação Publicado em 10/11/2015, às 12h00 - Atualizado às 12h52
A American Airlines se torna a quinta empresa aérea a operar com o Boeing 787-8 Dreamliner no Brasil. O jato de médio porte da Boeing, apresentado nesta terça-feira com as cores da companhia norte-americana no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), é um dos aviões mais revolucionários da história.
Com 50% de sua estrutura em materiais compostos, incluindo asas e fuselagem, o Boeing 787 consome 20% menos combustível do que aeronaves de mesmo tamanho. A fuselagem é montada com grandes estruturas construídas numa peça única – produzidas em ligas carbônicas ou polímeros –, o que permitiu eliminar 1.500 chapas de alumínio e aproximadamente 50.000 fixadores.
O 787-8 traz uma série de inovações à aviação de grande porte. Além de ser o primeiro avião comercial a ter mais da metade de sua estrutura construída em compósito, também foi o primeiro a contar com sistema de controle de voos sem fio. Os aviões tradicionais realizam os comandos por sistemas hidráulicos ou elétricos enquanto o 787 envia os comandos através de uma rede sem fio. O sistema permite reduzir o peso e a complexidade das instalações.
Outro destaque são as asas, extremamente finas e com um perfil aerodinâmico de última geração. Há uma redução do chamado arrasto, que é a resistência imposta pelo ar ao movimento da aeronave, o que significa redução do consumo de combustível e melhora da eficiência operacional.
Para os passageiros, destacam-se as enormes janelas, que possuem persianas eletrônicas. A janela escurece gradualmente, substituindo, assim, as tradicionais cortinas plásticas. A cabine de passageiros porporciona uma sensação de menor pressão e maior umidade, melhorando consideravelmente o conforto a bordo e reduzindo o desgaste do corpo em longas viagens.
A demanda por eletricidade no 787 é a maior já vista num avião comercial. Por substituir grande parte dos sistemas hidráulicos por elétricos e eletrônicos, o avião incorporou grandes baterias de óxido de lítio cobalto, com 8 células (32 volts) que proveem 150 ampères cada. Como comparação, as baterias de níquel cádmio do Boeing 777 possuem 20 células com capacidade para 24 volts e 16 ampères. As exigências extremas por energia elétrica causaram uma série de problemas nos primeiros meses de operação do 787. O "avião elétrico" enfrentou algumas situações de princípio de incêndio. Foi necessária uma complexa reengenharia no processo de produção das baterias para garantir que nenhuma célula pudesse superaquecer.