Elevado custo com combustível reacende propostas para modernização do principal bombardeiro da USAF
Redação Publicado em 14/10/2014, às 07h00
A USAF (força aérea dos EUA) estuda a remotorização dos veteranos Boeing B-52H. O projeto prevê a troca dos atuais Pratt & Whitney TF33 (derivados do JT3D, usados no Boeing 707) por motores mais modernos e derivados de modelos civis.
De acordo com o General Stephen Wilson, comandante do Global Strike Command, o objetivo é garantir a continuidade das operações dos B-52 até meados de 2040. Atualmente um dos entraves na operação do bombardeiro é o elevado custo com combustíveis, assim como a manutenção constante exigida pelos TF33.
Atualmente a USAF analisa o uso dos GE CF34-10, similares aos utilizados nos Embraer 190, que possuem 20.000 lbf, praticamente a mesma potência dos atuais TF33. A substituição exigiria diversas modificações estruturais, mas manteria parte dos sistemas, já que manteria os 8 motores.
Outra opção em estudo é a substituição por uma versão derivada do Pratt & Whitney PW1135G-JM, que serão empregados no Airbus A321neo e que oferecem a 35.000-lbf. O que permitiria o uso de apenas quatro motores, reduzindo o peso e o consumo.
A remotorização dos B-52 permitirá uma drástica redução nos custos operacionais e um aumento significativo no alcance sem reabastecimento em voo.
Segundo dados do Defense Science Board, em 2004, o custo dos reabastecimentos em voo era de US$ 17,50 por galão, valor quase 14 vezes maior que o custo de reabastecer o avião em solo. Atualmente os custos com combustível são quase três maiores ao estimados em 2004.
No entanto, essa não é a primeira vez que a força aérea estuda substituir os motores dos B-52. Em 1982 foi cogitado utilizar os motores Pratt & Whitney PW2000, similares aos empregados no Boeing 757, mas o projeto foi cancelado devido ao plano de aposentar os B-52 após a entrada em serviço dos B-1 Lancer e B-2 Spirit. Já em 1996, a Boeing em parceria com a Rolls-Royce ofereceu a remotorização, através de contrato de leasing, com os motores RB211, mas o Pentagono rejeitou a proposta devido ao elevado valor do contrato.