Empresa ingressa na principal rota brasileira, mas questiona slots da Passaredo e da MAP em Congonhas
Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação Publicado em 13/08/2019, às 10h00 - Atualizado às 10h40
A Azul confirmou o início de suas operações na ponte aérea a partir do dia 29 de agosto. Ao todo, serão 34 operações diárias entre os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
As operações serão inicialmente realizadas com os Embraer 195, em virtude das obras de manutenção da pista principal do aeroporto carioca. O modelo brasileiro é um dos poucos aviões comerciais autorizados a operar na pista auxiliar do Santos Dumont. A previsão é que a partir de outubro seja inserido na rota os Airbus A320neo, com maior capacidade. A estreia da companhia na ponte aérea começa com frequências a cada 50 minutos, mantendo uma oferta próxima das rivais.
A Azul foi uma das empresas aéreas que brigou pelas mudanças no processo de distribuição dos slots em Congonhas, evitando maior concentração de horários com as duas maiores empresas do país, a Gol e Latam, que possuem a maior parte das autorizações no aeroporto.
“Vamos ter uma média de um voo a cada 50 minutos. Quebrar o duopólio nesse mercado é só a primeira etapa daquilo que acreditamos ser o melhor para o consumidor e a indústria. Ao fomentarmos a competição, só trazemos benefícios para o setor e para quem voa”, diz John Rodgerson, presidente da Azul.
Todavia, segundo o UOL Economia, a empresa teria questionado a Anac a respeito das autorizações emitidas para as rivais Passaredo e MAP, que operam os trubo-hélices ATR. A Azul teria enviado à Anac um estudo apontando detalhes da operação dos modelos ATR em Congonhas, onde afirma que o avião não cumpre determinadas exigências operacionais de Congonhas, incluindo sua menor capacidade de assentos. O documento teria sido enviado pela Azul sem ser solicitado pela agência.
Um dos questionamentos é o uso dos ATR na pista principal, o que não é necessário, visto que pelas atuais normas operacionais os modelos podem pousar e decolar sem restrições na pista auxiliar. Caso a Anac autorize a operação na pista auxiliar, os slots dedicados a Passaredo e MAP poderão ser realocados entre as companhias que voam aeronaves maiores, como Airbus e Boeing, que exigem o uso da pista principal e estão dentro dos requisitos de slots.
O entrave é que caso operem apenas na pista auxiliar, as companhias no futuro não poderão expandir seus voos em Congonhas, já que não terão direito aos slots da pista principal.