Azul levanta US$ 800 milhões e conclui reestruturação

Com nova oferta de títulos de dívida, Azul faz a maior captação de recursos de sua história, concluindo reestruturação financeira

Por Wesley Lichmann Publicado em 14/07/2023, às 09h48

Seis novos E195-E2 serão entregues este ano à Azul - Luís Neves

A Azul Linhas Aéreas anunciou ontem (13), que levantou cerca de US$ 800 milhões, o equivalente a R$ 3,83 bilhões na cotação atual, com a emissão de novos títulos de dívida seniores informada pela empresa um dia antes em fato relevante ao mercado e acionistas

Os recursos levantados por meio da nova emissão de títulos de dívida serão utilizados para  fortalecer o caixa da Azul, e marca o fim da reestruturação financeira da companhia aérea, iniciada ainda durante a crise sanitária.

Os títulos com vencimento em 2028, têm prioridade no recebimento e garantias recebiveís geradas pelo programa de fidelidade TudoAzul, da agência de turismo Azul Viagens e outras propriedades intelectuais usadas pela companhia aérea, exceto a Azul Cargo.

O cupom da emissão ficou estabelecido em 11,93%, enquanto a taxa de retorno até a data de vencimento é de 12,25%. 

A companhia aérea esperava captar inicialmente US$ 700 milhões, mas diante da forte demanda pelos novos títulos, a transportadora aumentou a emissão. A oferta contou com a participação de mais de 100 fundos de investimentos. A emissão foi feita pela Azul Secured Finance LLP, subsidiária da Azul nos Estados Unidos.

Em junho, a empresa lançou ofertas para troca de títulos de dívida seniores com vencimentos em 2024 e 2026 para títulos de longo prazo com vencimento em 2029 e 2030, respectivamente. A proposta foi aceita por 86% dos investidores detentores de bônus da companhia.

Com o caixa mais robusto, John Rodgerson, CEO da Azul, afirmou que a companhia voltará a investir, citando o recebimento de mais seis Embraer 195-E2 e a construção de um hangar em Minas Gerais.

A Azul prevê que sua dívida líquida seja 3,5 vezes seu EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ao final de dezembro de 2023, e de 3 vezes em 2024.

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