Repatriamento de cidadãos da França usando o A330 MRTT ocorreu após golpe de Estado no Níger
Por André Magalhães Publicado em 03/08/2023, às 11h15
Os Airbus A330 MRTT da força aérea da França (Armée de l'Air) foram deslocados para o Níger para repatriar cidadãos franceses. O país africano situado na região do Sahel (entre o deserto do Saara e as savanas do Sudão) está em meio a uma instabilidade política e social gerada por um golpe de Estado.
O voo de repatriação foi acompanhado por aplicativos de rastreamento de voos o ministério da Defesa da França detalhou quase em tempo real todo o processo de repatriação. Os A330 MRTT partiram da França com destino a Niamei, capital do Níger, local escolhido para reunião dos cidadãos franceses que tivessem interesse em deixar o país.
#Protection | Face à la dégradation du contexte sécuritaire au Niger, des avions de transport stratégique 🇫🇷 @Armee_de_lair ont décollé à destination de Niamey afin de faciliter le départ volontaire de nos ressortissants. pic.twitter.com/YFwrlkhhd5
— Armée française - Opérations militaires (@EtatMajorFR) August 1, 2023
Além da França, o Reino Unido e Itália também anunciaram voos de repatriação de seus cidadãos que estão no Níger. Um dos temores é que a instabilidade política degrade ainda mais e o país enfrente uma sangrenta guerra civil.
No último dia 28 de julho o general Abdurrahman Tiani se autoproclamou o novo líder do Níger após destituir o presidente Mohamed Bazoum, eleito em 2021 como o primeiro presidente a chegar ao poder de forma pacífica. O golpe é considerado o terceiro em menos de três anos na região da África Ocidental e Central.
Países como Burkina Faso e Mali demonstraram apoio ao novo regime e ameaçaram entrar em guerra caso alguma intervenção estrangeira tente retornar o presidente Bazoum ao poder.
Os três países são ex-colônias francesas, mas nos últimos anos o sentimento de rejeição a França tem crescido em diversos países africanos. Além disso, a presença de diversos países do ocidente é também visto com ressalvas em várias nações. Por outro lado, a África assiste um crescente apoio a Rússia o que tem gerado debates no cenário internacional.