Aviação russa quer continuar operando por sua conta e risco

Por sua conta e risco, Rússia quer fabricar peças localmente e não depender mais do ocidente

Marcel Cardoso Publicado em 28/09/2022, às 10h42

Depois de sete meses do início das sanções, a aviação comercial da Rússia luta para se manter - Divulgação

A aviação russa pretende voar com suas próprias asas, sem depender do ocidente, através de peças fabricadas na região, com o intuito de produzir mil aviões até o fim da década, na tentativa de acabar com a dependência de grandes fabricantes, como a Boeing.

A informação foi fornecida pela Rostec, estatal responsável pela fabricação de bens manufaturados de alta tecnologia, e divulgada pela agência Reuters. O posicionamento pode sinalizar que o setor aéreo local enxerga as instabilidades com o ocidente como algo sem perspectiva de serem contornadas.

As sanções aplicadas à Rússia depois que as tropas lideradas pelo governo de Vladmir Putin invadiram a Ucrânia, em fevereiro, impuseram um grande impacto às companhias aéreas do país, que, com as portas fechadas com a maior parte do mundo, viram quase nenhuma perspectiva de manter a frota atual, composta por aviões da Boeing e da Airbus, sem poder receber peças de reposição do exterior.

Em agosto, aeronaves começaram a ser canibalizadas para manter os aviões operando, o que gradualmente deverá reduzir a disponibilidade de unidades operacionais, mas pode garantir ao menos os voos até 2025. Ao menos um Airbus A350-900XWB e um Sukhoi Superjet 100 já passaram pelo processo.

Há cerca de quinze dias, o vice-Ministro de Indústria e Comércio da Rússia expressou publicamente o desejo de que os pilotos do país sejam também habilitados para serem mecânicos, a fim de suprir a falta de profissionais para efetuar a manutenção das aeronaves do país, exercendo assim uma dupla função.

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