Hoje existem quase três mil aeródromos em todo Brasil, mas não há ainda aeroportos exclusivamente executivos
Redação Publicado em 14/10/2013, às 16h57 - Atualizado em 11/11/2014, às 11h34
Com uma frota de aeronaves que cresce em média 6% ao ano e já é a segunda maior do mundo (dados do Anuário da Aviação Geral – 2012), a aviação geral, sofre hoje de com mais um problema grave. Faltam hangares. E mais do que isso, faltam profissionais de arquitetura especializados no segmento aeronáutico. “O tema não é visto nas universidades e não existem no Brasil cursos de especialização em arquitetura aeronáutica, ainda mais que a demanda é recente”, disse Ernani Maia, da Maia Projetos e Gerenciamentos, que há 15 anos desenvolve projetos arquitetônicos para empresas de aviação.
Com as dificuldades de deslocamento nas metrópoles e de acesso à maior parte das cidades brasileiras, muitos empresários investem em uma aeronave executiva, seja um avião a jato, um turboélice ou em um helicóptero, dependendo da necessidade. Por isso, a frota brasileira cresce em ritmo muito mais acelerado do que os países da Europa, por exemplo. O Brasil já tem a maior frota do mundo em helicópteros segundo dados da ABAG (Associação Brasileira de Aviação Geral).
Para atender a este mercado em expansão, começam a surgir os aeroportos privados. Hoje existem quase três mil aeródromos em todo Brasil, mas não há ainda aeroportos voltados exclusivamente para a aviação executiva, como acontece em outros países. No entanto, começam as surgir as primeiras iniciativas nesta direção, três delas no Estado de São Paulo, o Catarina (São Roque), o Aerovale (em Caçapava) e um terceiro ainda sem local definido. Com isso, vai haver mais espaço para hangares. “Vamos precisar de profissionais habilitados para atuar na área, capazes de projetar torres de controle, hangares, aeroportos, tudo com boa relação custo-benefício, apelo visual e eficiência energética”, disse Maia. Segundo ele, alguns acreditam que a saída está em trazer firmas estrangeiras, mas não resolver. “Temos que capacitar nossos profissionais para este novo nicho, pois é fundamental conhecer o mercado e a legislação local, saber as políticas aeroportuárias para clientes, as demandas da indústria e das empresas do segmento aeronáutico.”