Expectativa é que a região amplie número de cidades conectadas e receba 2.720 aeronaves novas
Redação Publicado em 30/10/2018, às 16h00 - Atualizado às 17h03
Airbus e Boeing apostam no crescimento da aviação na América Latina
O número de viagens aéreas na América Latina deve dobrar nas próximas duas décadas, parte pelo crescimento antecipado da classe média na região, que passará de 350 milhões de pessoas para 520 milhões até 2037. O resultado faz parte do estudo conduzido pela Airbus e apresentado hoje no Panamá, durante o ALTA Airline Leaders Forum.
Segundo o estudo Airbus Global Market Forecast, o tráfego de passageiros na região mais do que dobrou desde 2002 e deve continuar a crescer ao longo das próximas duas décadas, passando de 0,4 viagens per capita em 2017 a aproximadamente de 0,9 viagens em 20 anos. Historicamente, o tráfego doméstico é o segmento com o crescimento mais rápido, mas em 2017 o intraregional, que conecta as principais cidades da região, cresceu com mais rapidez que o habitual. Todavia, menos da metade das 20 principais cidades da região estão conectadas por via aérea, o que poderá criar um potencial gerador de tráfego aéreo. Uma das cidades com maior conectividade na região é São Paulo, que possui voos para a maior parte das capitais de países vizinhos, ainda que não ofereça voos para demais cidades importantes. Enquanto cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras possuem raros casos de voos para países na região. O mesmo ocorrendo entre os países latinos.
Em 2017, a Cidade do Panamá se uniu a Bogotá, Buenos Aires, Lima, Cidade do México, Santiago e São Paulo na lista de cidades com maior número de voos na América Latina. Acredita-se que em vinte anos, Cancun e Rio de Janeiro devem também estar na lista. A expectativa é que essas cidades representarão um incremento de diário de 150 mil passageiros de longo percurso, demonstrando a expansão do mercado internacional.
“Continuamos a observar um crescimento no setor de transporte aéreo da região, apesar de alguns desafios econômicos”, afirma Arturo Barreira, presidente da Airbus América Latina e Caribe, durante o ALTA Airline Leaders Forum.
A Airbus acredita que a América Latina e Caribe precisará de 2.720 aeronaves novas para o transporte de passageiros e de carga para conseguir atender à crescente demanda. Com valor estimado em US$ 349 bilhões, essa previsão abarca 2.420 aeronaves pequenas e 300 aeronaves médias, grandes e extragrandes. Isso significa que a frota em serviço na região deve mais quase triplicar, passando das atuais 1.420 aeronaves para aproximadamente 3.200 nas próximas duas décadas.