Por André Jankavski Publicado em 15/07/2015, às 00h00 - Atualizado às 02h50
A entrada do empresário David Neeleman, fundador da Azul Linhas Aéreas, na TAP foi recebida com alívio pelo mercado de Portugal. A privatização, tentada desde o fim da década de 1990, representa, segundo analistas portugueses, uma boia de salvação para a empresa após uma série de problemas financeiros e trabalhistas. “A privatização era a única solução vista para a empresa continuar desenvolvendo seu plano de negócio e enfrentar a concorrência pesada de companhias como EasyJet e RyanAir”, afirma Albino Oliveira, analista da corretora de investimento Fincor, baseada em Lisboa. A expectativa, segundo Oliveira, é que Neeleman justifique toda a cobertura em cima da aquisição da TAP: “É esperado que ele pense mais do que em apenas sinergias com o mercado brasileiro”. Para o mercado, os primeiros desafios do dono da Azul serão conduzir a companhia a uma estabilidade administrativa e, principalmente, melhorar o relacionamento com os sindicatos e funcionários. No Brasil, analistas também enxergam uma movimentação no mercado de aviação. A Embraer se mostrou otimista na venda de E-Jets para a companhia portuguesa, que já conta com oito aeronaves do fabricante de São José dos Campos voando com a bandeira nas cores da Portugália, regional da TAP. Outra visão é que, finalmente, Gol e TAM terão uma concorrência maior dentro do mercado brasileiro, sobretudo depois da aquisição de 5% do capital da Azul pela United Airlines com previsão de compartilhamento de voo para mais de 450 destinos.