Ataque acidental a um Airbus A300 completou 35 anos

Durante a guerra Irã-Iraque um A300 da Iran Air foi confundido com um F-14 e abatido pelos Estados Unidos

Por Marcel Cardoso Publicado em 04/07/2023, às 06h30

290 pessoas morreram no acidente - Divulgação

O ataque contra um Airbus A300B2-203 da Iran Air, em meio à guerra Irã-Iraque, que culminou com a sua queda e a morte de 290 pessoas, completou 35 anos ontem (3).

O avião da Iran Air foi abatido acidentalmente pela Marinha dos Estados Unidos quando foi confundido nas telas do radar da embarcação como sendo um F-14 iraniano. Sob o risco de ataque, o cruzador USS Vincennes disparou um míssil contra o Airbus, vitimando todos a bordo, incluindo 66 crianças.

O Airbus, de matrícula EP-IBU, estava em operação desde junho de 1982, e seguia de Teerã para Dubai, com escala em Bandar Abbas.

A cidade portuária de Bandar Abbas fica estrategicamente localizada no Estreito de Ormuz, e abriga a principal base da marinha iraniana. Um dos relatos oficiais afirma que no momento da decolagem do Iran Air 655 havia uma intensa atividade aérea na base militar, com a presença de caças F-14. O cruzador norte-americano, que estava no Golfo Pérsico, teria então confundido o A300 com um F-14 Tomcat inimigo, disparando dois mísseis terra-mar SM-2MR.

O episódio gerou fortes críticas à Casa Branca, especialmente por conta das versões controversas dadas pelos governos dos Estados Unidos e do Irã. Somente oito anos depois o governo norte-americano expressou pesar pelo erro e concordou em pagar cerca de US$ 62 milhões (R$ 298,1 milhões) em indenizações às famílias das vítimas.

#IranAir Flight 655: An #A300 shot down by the US, in the #PersianGulf, on July 3, 1988. All 290 people on board died. #IR655 pic.twitter.com/AHvo5mSWo4

— Iran Air (@IranAir_IRI) July 3, 2017

No dia 8 de janeiro de 2020, o voo 752 da Ukraine International Airlines que voava de Teerã para Kiev, na Ucrânia, com 176 pessoas a bordo, foi abatido minutos após a decolagem. o Boeing 737-800 foi reconhecido pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica como uma aeronave militar dos Estados Unidos e atingido por disparos de uma bateria antiaérea.

Na ocasião, o Irã alegou que os militares teriam descumprido uma ordem de confirmar a ameaça e a autorização de disparo. E destacou que o país estava sob ameaça de ataque norte-americano. No dia 3 de janeiro um drone dos Estados Unidos havia localizado e matado o major-general Qasem Soleimani, da Guarda Revolucionária Islâmica, que estava supostamente de forma ilegal no Iraque.

Atualmente, a Iran Air possui uma frota de cerca de trinta aeronaves, majoritariamente da ATR e da Airbus.

*Colaborou Edmundo Ubiratan

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