Terroristas usam canetas de laser para desorientar pilotos de aviões militares no Oriente Médio

Prática adotada em estádios de futebol também ocorre nas redondezas de aeroportos brasileiros

Por Ernesto Klotzel Publicado em 22/08/2018, às 16h00 - Atualizado às 18h13

A brincadeira popular entre jovens no Brasil de apontar poderosos laser para aeronaves se tornou uma ameaça à segurança de voo. Embora o incidência tenha caído no país, forças hostis às forças da coalisão no Oriente Médio têm “alvejado” aeronaves militares em uma escalada crescente.

De acordo com o Pentágono, pilotos norte-americanos que operam na Síria, Iraque e Afeganistão, as três regiões de maior conflito, foram submetidos à maioria dos mais de 350 incidentes envolvendo lasers nos últimos sete meses. Como comparação, ao longo de 2017 foram reportados 400 incidentes em todas as regiões.

As forças norte-americanas acreditam que o uso de laser esteja longe de ser uma brincadeira (ainda que potencialmente perigosa) como ocorre no restante do mundo, mas uma forma simples de forças extremistas tentarem distrair pilotos de aviões de ataque ou helicópteros.

Outras duas regiões que registraram crescente número de apontamentos de laser ocorreram próximo a uma base dos Estados Unidos, em

No início do ano, o Pentágono revelou uma concentração de ataques em duas outras regiões: em torno da base dos EUA em Djibouti, no leste da África, onde a provável fonte é uma base chinesa próxima. Da mesma forma, foram registrados alguns incidentes no leste do Mar da China, próximo à costa do gigante asiático.

Os Estados Unidos estão preocupados com o uso de laser por parte de forças ligadas ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria, assim como por forças rebeldes do Talibã. Ambos grupos extremistas têm sido fortemente atacados por forças da Otan e da Rússia.

O uso de laser contra pilotos, especialmente durante as fases de pouso e decolagem, causar cegueira instantânea, visão ofuscada e até mesmo lesões mais graves, como queimaduras na retina, que incapacitam o piloto justamente na fase mais crítica do voo.

Contudo, o uso de laser contra aeronaves também é um problema na aviação civil. Apenas nos Estados Unidos, no primeiro semestre do ano, foram reportados mais de 2.800 incidentes do tipo.  No Brasil, a brincadeira de mau gosto é crime tipificado no artigo 261 do Código Penal, que prevê reclusão de dois a cinco anos.

A FAA, a agencia reguladora da aviação civil dos Estados Unidos, realizou um estudo em simulador, onde 34 pilotos voluntários foram atingidos por feixes de luz enquanto realizavam manobras de aproximação e pouso. O resultado foi surpreendente, 75% deles tiveram algum tipo de dificuldade operacional, como abortar o pouso ou passar de forma segura a pilotagem para o outro piloto.

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