Uso do bronze alumínio tem posição de destaque no setor
Luiz Henrique Caveagna * Publicado em 15/12/2021, às 16h15 - Atualizado às 17h46
A alta durabilidade e a resistência fazem com que as aplicações de cobre tenham grande procura | Foto: Divulgação
Uma recente pesquisa publicada pela Space Capital, indica que os investimentos no setor aeroespacial cresceram no segundo semestre de 2020. O relatório aponta ainda que, durante o ano analisado, o total contabilizou US$ 25,6 bilhões (R$ 145,8 bilhões). Diante deste cenário, o setor metalúrgico cumpre um importante papel ao fornecer semi elaborados utilizados nesta vertical.
A liga metálica cobre-alumínio, comumente chamada de bronze-alumínio, encontrou no segmento, uma forte oportunidade de desenvolvimento e alta procura. Esta família de liga pode conter de 5% a 13% por alumínio, enquanto a massa restante é formada por cobre, além de outros elementos como ferro, níquel, silício e manganês, que também são adicionados à composição em percentuais estratégicos na ótica científica-metalúrgica para proporcionar elevação da resistência à corrosão e da resistência mecânica, características intrínsecas e almejadas pelo segmento aeroespacial.
No segmento aeroespacial, essa versatilidade de aplicações faz com que as ligas de cobre sejam consideradas opções mais convenientes em alguns componentes críticos da aeronave, se comparado a outros metais. Dentre elas, podemos destacar a importância do grupo de ligas de bronze alumínio níquel, também conhecidos como NAB (Nickel Aluminum Bronze), comumente fornecidos em barras redondas e retangulares. Estas ligas são frequentemente utilizadas na produção de componentes aeroespaciais, como por exemplo os trens de pouso de aviões comerciais e militares, servindo como metal base para buchas e outras articulações do sistema mecânico.
A escolha pela aplicação destas ligas, nesses casos, deve-se pela combinação única de importantes propriedades físicas e químicas: elevada resistência mecânica, condutividade térmica, excelente resistência à corrosão e ao desgaste, além de maior tenacidade à fratura em diferentes condições de temperatura. Estas características combinadas raramente são encontradas em outros materiais de engenharia. Isso permite a aplicação destas ligas em condições de elevadas cargas em ambientes extremamente severos.
Apostar nas ligas de cobre pode ser um excelente caminho para ajudar a impulsionar o desenvolvimento do setor aeroespacial. Neste contexto, é fundamental estar atualizado e buscar cada vez mais por materiais e tecnologias que proporcionem ganhos sustentáveis e econômicos.
O bronze alumínio aparece como alternativa para a indústria aeroespacial, ao levar em consideração a alta durabilidade e resistência da liga em comparação a outros metais, proporcionando um custo-benefício ainda melhor. Além disso, o cobre e suas ligas são 100% recicláveis e não causam grandes impactos ao meio ambiente devido à sua infinita possibilidade de reutilização.
Se as aplicações de metais têm apoiado diferentes frentes da economia, na indústria aeroespacial, o cenário não é diferente. Por isso, estimular o investimento em capacitação profissional, inovação e equipamentos de alta tecnologia torna-se primordial para maior participação das ligas de cobre no segmento aeroespacial.
* Luiz Henrique Caveagna é Diretor Geral da Termomecanica, empresa que atua na transformação de cobre e suas ligas.