Expectativa é que região absorva até 1.540 aeronaves em 20 anos
Por Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação Publicado em 26/11/2019, às 17h00 - Atualizado às 18h11
Frota de aviões comerciais na América Latina deverá dobrar em 20 anos
De acordo com o último estudo de Global Market Forecast publicado pela Airbus, a América Latina deverá quase dobrar a atual frota de aviões comerciais até 2040. O aumento será para atender ao crescimento do tráfego aéreo, quando a região passará das 1.460 aeronaves atualmente em operação para 3.000 nas próximas duas décadas, um aumento de 1.540 aeronaves.
Do total das novas 2.700 aeronaves previstas para os próximos 20 anos, 1.160 serão para substituir aeronaves existentes de gerações mais antigas, enquanto aproximadamente 300 aviões atualmente em uso deverão permanecer em operação.
O estudo aponta que 2.400 aeronaves serão de corredor único, enquanto as demais 300 serão de categorias média e grande, com fuselagem larga e dois corredores. A diferença será em parte pela dinâmica de crescimento de voos na própria região, que poderá dobrar de tamanho suas conexões domésticas e intracontinentais. O tráfego de origem e destino (O&D) na América Latina deverá aumentar significativamente nos próximos 20 anos, crescendo 4,2% ao ano. O tráfego doméstico e dentro da América Latina e Caribe crescerá a uma taxa ainda mais alta de 4,4% ao ano, impulsionado pelos mercados domésticos, que representarão 62% do tráfego adicional até 2038. Esse crescimento gerará 433 milhões de passageiros adicionais até 2038.
A Airbus prevê a necessidade de 47.550 novos pilotos e 64.160 técnicos nos próximos 20 anos apenas na América Latina, representando 9% da demanda global por pilotos e 10% da demanda global por técnicos. Essa previsão representa uma receita de US$ 268 bilhões para o mercado de serviços da América Latina. Atualmente muitos países ainda são exportadores de mão de obra técnica, especialmente pilotos, cenário que deve se reverter nas próximas décadas.
O tráfego de passageiros na América Latina dobrou desde 2002 e deverá continuar a crescer nas próximas duas décadas, passando de 0,43 viagens per capita em 2018 para quase 0,86 viagens per capita em 2038. As taxas de viagens no Brasil, México e Colômbia lideram esse crescimento do tráfego de passageiros, gerando 71% do tráfego adicional desde 2002. No Chile, no mesmo período, o tráfego deverá crescer de 0,89 para 2,26 viagens per capita.
O aumento da tendência por viagens de avião será impulsionado pelo crescimento da classe média, que o estudo aponta que saltará de atuais 410 milhões de pessoas para 560 milhões em 2038, ou 74% da população de toda a região.