Airbus iniciou o desenvolvimento de novas asas

Airbus iniciou campanha de testes em voo do projeto que visa aprimorar o desenho das asas de seus aviões

Por Wesley Lichmann Publicado em 09/11/2023, às 15h05

Cessna Citation está sendo utilizado nos voos de avaliação - Divulgação

A Airbus iniciou na segunda-feira (6), em Toulouse, na França, os voos de testes para desenvolver tecnologias e soluções para um novo desenho de asas, visando melhorar o desempenho de seus aviões.

Um avião executivo Cessna Citation VII está sendo utilizado como plataforma do projeto conceito eXtra Perfomance Wing. Um conjunto de sensores e sondas foram instalados no jato para fornecer dados para a equipe de engenheiros e pilotos da Airbus.

Métricas de desempenho serão usadas para determinar o impacto do novo desenho da asa, como reduções nas emissões de dióxido de carbono (CO2)  e no consumo de combustível. 

O programa lançado em setembro de 2021, vai explorar e analisar diversas configurações de asas, com mudanças tanto na estrutura como no controle. A avaliação será realizada de forma dinamica em cada fase do voo.

A envergadura pretendida para a asa é de cinquenta metros, superando em 11,5 metros a envergadura do A320, por exemplo, enquanto a distância de uma ponta da asa a outra no Citation VII representa um terço do projeto final.

Partes modulares móveis multifuncionais serão instaladas deste a raiz até as pontas das asas, visando aliviar as forças e cargas induzidas por turbulências, tornando a estrutura mais leve e eficiente, além de evitar que a aeronave ultrapasse as limitações de 36 metros no solo.

"As tecnologias alteram o formato da asa imitando as penas de um pássaro, se ajustarão automaticamente para maximizar o fluxo aerodinâmico", disse Sebastien Blanc, Diretor Técnico da eXtra Performance Wing.

Estes recursos serão instalados na segunda fase do projeto, quando o jato demonstrador será pilotado por controle remoto. Testes em solo serão realizados a partir de 2024, enquanto o primeiro voo será realizado em 2025.

"Temos aqui uma oportunidade real de contribuir para a redução do consumo de combustível. Ter o potencial de mudar a indústria aeroespacial desta forma já é enorme", diz Blanc.

A viabilidade do conceito já foi testada com um modelo em escala, em um túnel de vento nas instalações da Airbus na cidade de Filton, na Inglaterra. A equipe de engenheiros estima uma redução de até 10% no consumo de combustível.s

 

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