Encomendados por empresa russa que faliu, dois Boeing 747-8 vão ser convertidos em versões atualizadas do Air Force One por us$ 2 bilhões
Redação Publicado em 08/08/2017, às 10h06 - Atualizado em 30/08/2017, às 15h25
Após Donald Trump criticar, ainda em campanha, o valor estimado para a compra de dois novos aviões presidenciais, a Boeing passou a estudar formas de reduzir o valor do contrato.
Durante o roll-out do Boeing 787-10 Dreamliner, Trump, já presidente, mostrou interesse na renovação da frota dos VC-25A (747-200) utilizados pela força aérea dos Estados Unidos desde 1990.
A solução apresentada pela Boeing é inusitada, embora seja usual no cotidiano da aviação. A russa Transaero havia encomendando um lote de 747-8 Intercontinental e dois já estavam em linha de montagem quando a empresa decretou sua falência. Assim, desde a finalização da montagem e os voos de validação, os dois aviões estão estocados no deserto de Mojave, na Califórnia, aguardando interessados. No ano passado, a Boeing chegou a oferecer as aeronaves à Iran Air, mas sem sucesso.
Ironicamente, o governo dos Estados Unidos aceitou a proposta. Embora sejam aviões sem uso, estão há dois anos aguardando um operador, sendo conhecidos no mercado como White Tails, em alusão à pintura branca sem a marca de um operador.
No imaginário popular, o presidente dos Estados Unidos utiliza meios construídos exclusivamente para tal, sendo curioso o fato de que agora adquirirem os aviões originalmente construídos para uma empresa russa. Fato ainda mais peculiar considerando as polêmicas de Trump e a Rússia.
O custo unitário de um 747-8 Intercontinental é de US$ 380 milhões, mas o preço final do programa para substituição dos dois Air Force One deve superar os US$ 2 bilhões, considerando todos os sistemas e mudanças que serão necessárias nos aviões.
A previsão é que o primeiro avião seja declarado operacional apenas em 2024.