Dois acidentes envolvendo um helicóptero MH-60R Sea Hawk e um caça F/A-18 Super Hornet da Marinha dos EUA ocorreram em menos de 30 minutos
Por Marcel Cardoso Publicado em 27/10/2025, às 14h38
Dois incidentes aéreos envolvendo aeronaves da Marinha dos Estados Unidos ocorreram no último domingo (26), no Mar do Sul da China, em um intervalo de aproximadamente trinta minutos, segundo informações do U.S. Pacific Fleet.
As aeronaves — um helicóptero MH-60R Sea Hawk e um caça F/A-18 Super Hornet — realizavam operações rotineiras a partir do porta-aviões USS Nimitz (CVN-68) quando caíram na água. Todos os cinco tripulantes foram resgatados com segurança.
O primeiro acidente envolveu o MH-60R Sea Hawk, designado ao esquadrão Helicopter Maritime Strike Squadron 73 “Battle Cats”, que caiu por volta das 14h45 (horário local). Meia hora depois, às 15h15, o F/A-18 Super Hornet, pertencente ao Strike Fighter Squadron 22 “Fighting Redcocks”, também se acidentou durante operações aéreas embarcadas.
De acordo com a Marinha norte-americana, todos os ocupantes foram resgatados e estão em condição estável. A frota informou ainda que foi aberta uma investigação para determinar as causas das ocorrências.
Os incidentes ocorreram sobre águas reivindicadas pela China, onde há frequente tensão entre forças norte-americanas e chinesas. O governo de Pequim disse estar disposto a oferecer ajuda humanitária nos esforços de resgate e recuperação, caso solicitado.
Em coletiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun, aproveitou para criticar a presença militar dos EUA na região, afirmando que tais operações “aumentam os riscos à navegação e prejudicam a estabilidade regional”.
Durante o trajeto entre a Malásia e o Japão, o então presidente Donald Trump classificou os acidentes como “muito incomuns” e mencionou a possibilidade de contaminação de combustível, hipótese ainda sob apuração.
No momento dos incidentes, o porta-aviões USS Nimitz, o mais antigo em operação na Marinha dos EUA, retornava à base naval de Kitsap, em Washington, após missão no Oriente Médio. O navio, comissionado em 1975, está em sua última missão antes de ser desativado em 2026.
As embarcações da classe Nimitz são as maiores da frota norte-americana, com cerca de 333 metros de comprimento e propulsão nuclear, o que permite até vinte anos de operação contínua sem reabastecimento.
Os acidentes elevam para quatro o número de F/A-18 Super Hornet perdidos pela Marinha dos EUA somente neste ano.