Abra Group assume controle da Gol com aporte de US$ 1,9 bi

Gol sai da recuperação judicial com US$ 1,9 bilhão em financiamento e novo perfil acionário com controle do Abra Group

Por Marcel Cardoso Publicado em 13/06/2025, às 08h58

Gol concluiu reestruturação financeira, reforça caixa e projeta crescimento nos próximos meses - Guilherme Amâncio

A Gol Linhas Aéreas concluiu seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos e inicia uma nova fase com perfil acionário reformulado e US$ 1,9 bilhão em financiamento de saída (exit financing). A holding Abra Group, que já controlava a Gol, passou a deter cerca de 80% das ações da empresa.

Com a saída da reestruturação, a empresa pagou integralmente o financiamento obtido durante o processo (debtor-in-possession financing) e mantém US$ 900 milhões em liquidez para sustentar sua retomada operacional.

Durante 2024, a companhia revisou mais de cinquenta motores e prevê que todas essas aeronaves estejam operacionais até o primeiro trimestre de 2026. A medida busca recuperar a capacidade de operação perdida nos últimos anos, quando a empresa adiou investimentos em manutenção como forma de preservar caixa, o que gerou acúmulo de motores parados e perda de receita.

Em outubro de 2023, a empresa havia informado que cerca de 79 motores aguardavam revisão ou liberação mediante pagamento. Parte das concessões recebidas de arrendadores, no valor total de R$ 5,9 bilhões, foi direcionada à resolução desses passivos, incluindo R$ 1,8 bilhão voltado à manutenção pesada, troca de motores e aquisição de sobressalentes.

A Gol prevê reduzir a proporção de aeronaves improdutivas e de reserva de 12% da frota em 2025 para 7% a partir de 2026, patamar que deverá ser mantido até 2029. A companhia projeta uma frota de 140 aviões ao fim de 2025, com aumentos graduais até atingir 167 aeronaves em 2029. A entrega de cinco novos Boeing 737 MAX está prevista ainda para 2025.

Segundo Adrian Neuhauser, CEO do Grupo Abra, a reestruturação posiciona a Gol de forma mais competitiva e sustentável, com base de liquidez sólida, custos mais enxutos, menor nível de endividamento e maior capacidade operacional para os próximos anos.

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