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Aviões de negócio podem se beneficiar das novas leis

Novas regras devem flexibilizar voos supersônicos sobre terra firme

Autoridades nos Estados Unidos podem rever normais para permitir o desenvolvimento de aviões que voem acima da velocidade do som


A agência de aviação dos Estados Unidos, a FAA (Federal Aviation Administration), deverá manter a proibição de voos supersônicos civis sobre terra firme, em todo o território norte-americano. Porém, o órgão contempla algumas mudanças no horizonte. Duas novas regulamentações mostram como o órgão norte-americano deseja contribuir com a futura atividade supersônica comercial.

Aerion está entre os projetos que visam viabilizar o uso de aeronaves de negócios supersonicas.

A primeira se refere à certificação do nível de ruído para aeronaves supersônicas, enquanto a segunda facilita a obtenção da autorização para realização de testes supersônicos nos Estados Unidos.

As duas novas regras propostas serão publicadas no próximo ano, mas devem manter a proibição de voos regulares supersônicos sobre o país.

Várias empresas, especialmente startup como Aerion e Boom, estão trabalhando em jatos de negócios supersônicos. Atualmente, a Nasa em parceria com fabricantes consagrados, como a Lockheed Martin, também busca soluções para viabilizar voos comerciais supersônicos. Além disso, o Congresso dos Estados Unidos tem pressionado o FAA a revisar as proibições relativa aos voos supersônicos.

Origem da Regra

A atual regra foi criada na década de 1960, quando os Estados Unidos e a Europa buscavam meios de viabilizar voos comerciais supersônicos. Com a iminência de centenas de voos diários cruzando os céus em velocidades acima do som, as autoridades temiam os efeitos do chamado estrondo sonico. Com uma onda de choque extremamente violenta, o efeito gerado pela quebra da barreira do som gera uma grande quantidade de energia sonora, com efeito próximo de uma explosão. A onda de choque pode causar danos severos em edificações, veículos e especialmente a saúde humana.

Por ser um fenômeno que após ser gerado acompanha continuamente a aeronave enquanto estiver em voo supersônico, ele será sentido no solo por todos que estiverem na rota do avião. Na década de 1960, o temor era que o elevado número de voos supersônicos tornaria impossível a convivência pacifica entre o tráfego aéreo e a vida da sociedade.

Dependendo das condições de pressão e umidade é possível ver o cone sônico durante a quebra da barreira do som. Todavia, o fenômeno pode ser visto em aeronaves militares voando abaixo da velocidade do som.

Na época os europeus acusaram os Estados Unidos de criar uma regra apenas para banir os voos do Concorde, que perdia sua viabilidade ao ser restrito a voar acima da velocidade do som apenas em regiões oceânicas. Os engenheiros europeus acreditavam que o Concorde seria atraente especialmente em voos entre a costa leste e a costa pacífica dos Estados Unidos. Com a proibição aprovada pelo Congresso norte-americano, os aviões comerciais supersônicos se tornaram inviáveis, já que estariam limitados a cumprir voos intercontinentais onde apenas parte da etapa poderia ser acima da velocidade do som. Voando abaixo, o consumo se tornava exagerado, restringindo o alcance e aumentando o custo operacional.

Por Ernesto Klotzel e Edmundo Ubiratan
Publicado em 23/05/2018, às 15h35 - Atualizado às 16h31


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