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Liberal a moda keynesiana

Governo vai virar sócio para salvar empresas aéreas brasileiras

Intenção é socorrer o setor que foi um dos mais impactados pela crise do novo coronavírus


Maior parte da frota de aviões comerciais do Brasil está parada desde meados de março

Após um longo debate o Ministério da Economia deverá apresentar ainda nesta semana um plano para salvar o setor aéreo no Brasil, podendo injetar dinheiro nas três principais companhias aéreas.

A aviação comercial foi uma das atividades mais afetadas pela pandemia da COVID-19, com redução no tráfego de quase 90%, além de uma drástica queda na demanda nos voos remanescentes.

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Nos bastidores o governo trabalha para formar um consórcio de bancos que atuaram junto com o BNDES. Articula-se para o banco de fomento ser uma avalista da transação realizada pelos bancos privados. Segundo o ministro da economia, Paulo Guedes, a intenção é que o empréstimo seja diluído por meio de debêntures (título de dívida das empresas) conversíveis.

"Nós vamos comprar debêntures conversíveis. É dinheiro público, então é um dinheiro que tem potencial de ganho. Vamos botar (sic) o dinheiro [nas empresas aéreas] e vamos comprar um pedaço da empresa”, explicou Guedes. “Lá na frente, quando a empresa tiver recuperada e começar a voar de novo, a gente (sic) vende isso e ganhamos dinheiro para preservar as companhias brasileiras".

A ajuda as companhias aéreas deverá ser na ordem de R$ 6 bilhões, ante os R$ 10 bilhões previstos inicialmente. A expectativa é que as três maiores empresas, Azul, Gol e Latam, recebam cada uma R$ 2 bilhões.

Segundo fontes no governo, 75% do valor será realizado por meio de debêntures, enquanto o restante poderá ser convertido em ações, o que na prática tornará o Estado sócio de até 25% da companhia, podendo vender a participação em um segundo momento, com valorização das ações.

A intenção é evitar a exposição do governo ao risco de financiar o setor aéreo, um dos mais onerosos do país, com mais de 60% de seus custos atrelados diretamente ao dólar. Com um modelo privado e com garantias estatais, além da conversão do empréstimo em ações, a expectativa é dispor de um meio termo entre aporte financeiro de baixo custo e baixo risco.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 20/05/2020, às 12h00 - Atualizado às 13h19


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