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Capacidade de abater o inimigo mesmo sem ver

Futuro caça brasileiro testa míssil que permite derrubar inimigo a 100 km de distância

Gripen E realiza ensaios com sistema Meteor que possuí capacidade além do campo visual


A Saab concluiu, com sucesso, o primeiro voo de ensaio do Gripen E equipado com o míssil Meteor BVRAAM (Beyond Visual Range Air-to-Air Missile), um míssil ar-ar com capacidade de atacar aeronaves inimigas além do alcance visual do piloto.

O Gripen E (39-8) decolou do aeródromo da Saab, localizado em Linköping, na Suécia, com dois mísseis Meteor instalados. O teste faz parte do progresso de integração de armas no programa de ensaios do Gripen NG. A próxima etapa inclui voos com diferentes configurações e a expansão gradual do envelope de voo, visando atender aos requisitos de missão real da força aérea do Brasil e da Suécia. O envelope de voo final permite a certificação e entrega dos aviões, que posteriormente serão submetidos a uma série de ensaios de missão pelas forças aéreas, que tem como objetivo atestar a capacidade de emprego real das aeronaves.

O Meteor é um BVRAAM guiado por radar ativo, sendo capaz de engajar alvos aéreos de forma autônoma, em qualquer ambiente, durante dia ou noite, assim como climas adversos e cenários hostis com presença de guerra eletrônica. O sistema de propulsão ramjet do míssil proporciona ao Meteor um desempenho de alta velocidade e a energia para destruir alvos distantes, e em movimento de forma rápida. Em 2016, os atuais Gripen C/D, de geração anterior, operados pela força aérea da Suécia, foram os primeiros caças do mundo a operar com o Meteor. O sistema será também integrado ao caça F-35 Lightning II, assim como aos Dassault Rafale e Eurofighter Typhoon.

O uso dos mísseis BVRAAM aumentam as chances de evitar um confronto próximo com aeronaves inimigas. O alcance desse tipo de míssil é estimado em 100 km, o que oferece a capacidade de destruir a ameaça antes do avião inimigo ter capacidade de atacar alvos prioritários.

O programa Gripen NG deverá certificar o Gripen E, de um lugar, em meados do próximo ano. A expectativa é que os aviões sejam declarados operacionais, no Brasil, até 2022. Atualmente a Saab trabalha na montagem da unidade de produção de componentes no Brasil. A planta em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, será responsável pela produção de segmentos estruturais dos caças brasileiros, podendo no futuro realizara produção de componentes para eventuais Gripen NG adquiridos por outros países.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/11/2018, às 17h50 - Atualizado às 18h12


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