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Saindo do vermelho

Aviação de negócios será o único foco da Bombardier

Ao se desfazer de diversas divisões para pagar credores, Bombardier foca na aviação executiva para se livrar de dívidas


Após fechar um acordo para a venda da sua divisão de trens, a Bombardier terá o foco apenas na sua divisão de aviação de negócios. Os bons resultados nas entregas dos seus novos Global, incluindo o 6500, deve colocar a empresa em boas condições. 

A Bombardier quase deu fim na sua divisão de aviação de negócios por conta do futuro incerto que a empresa estava passando, já que rumores indicavam a sua venda à Textron. A fabricante  tomou medidas para reduzir drasticamente suas dívidas após negociar a sua unidade de trens (Bombardier Transportation) para a Alstom em um acordo avaliado em US$ 8,2 bilhões. A Bombardier disse que tomou uma “decisão estratégica” para se concentrar apenas na aviação de negócios, acelerando assim seus esforços para pagar as suas dívidas. 

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Alain Bellemare, presidente e CEO da Bombardier Inc, considerou a venda como um ponto primordial para a recuperação da empresa. “Hoje estamos iniciando um novo capítulo emocionante para a Bombardier” comentou. “Em um futuro próximo, concentraremos todos o nosso capital, energia e recursos para a aceleração e crescimento da nossa divisão de aeronaves de negócios, hoje avaliada em 7 bilhões de dólares. Com um balanço mais forte após a venda da divisão de transportes, teremos mais fôlego para iniciarmos o nosso crescimento para alcançarmos uma posição confortável”. 

Bombardier vê com otimismo as entregas para os próximos anos

Com a venda da sua divisão de trens, este processo marca um dos seus últimos negócios que a Bombardier havia deixado para vender, fora a sua unidade de aviação de negócios. Desde o ano passado, a empresa canadense havia fechado uma série de acordos envolvendo outras divisões, inclusive a sua participação no programa de aviões A220 para a Airbus por quase US$ 600 milhões, no final de 2019, chegou a um acordo para vender a sua unidade de treinamento à CAE por US$ 645 milhões e o seu programa Q400 à Viking Air por US$ 300 milhões. Por fim, com as vendas acumuladas, a Bombardier terá à sua disposição cerca de US$ 7 bilhões em caixa, o que muda a posição da fabricante para lidar com quase US$ 9,3 bilhões em dívidas. 

Atualmente a Bombardier possui uma carteira de pedidos de US$ 14,4 bilhões e já antecipou que irá entregar 160 aeronaves em 2020, o que incluindo o novo Global 7500. Os executivos do fabricante vêem com grande otimismo as entregas de jatos para os próximos anos. 

Por Gabriel Benevides
Publicado em 26/02/2020, às 15h21 - Atualizado às 22h12


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