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Pesadelo sem fim

American Airlines cogita cancelar pedidos do 737 MAX

Empresa enfrenta dificuldade para obter financiamento para compra de aviões em meio a crise


American já recebeu 24 aviões da família 737 MAX e negocia acordo para outros 17 que já estão prontos

A American Airlines poderá cancelar a entrega de 17 aeronaves da família 737 MAX após crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. A empresa está encontrando dificuldade de financiamento.

A notícia se torna mais um motivo para a Boeing ter dores de cabeça com o 737 MAX, como se não bastasse o longo período para a nova certificação da aeronave. O fabricante já enfrentou ao longo do ano diversos cancelamentos e suspensões de entregas, acumulando perdas bilionárias.

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Os executivos da American Airlines alegam que a empresa precisa garantir financiamento para poder pagar as 17 aeronaves que estão prontas, mas ainda não puderam ser entregues por conta das restrições impostas pela FAA desde março do ano passado. Isso significa que além de se preocupar com a volta do 737 MAX aos céus, a Boeing terá agora a missão de providenciar financiamento para atender a American.

A American Airlines já recebeu 24 unidades da família 737 MAX, devendo receber mais 59 aviões, além destes 17 que já estão prontos e que se tornaram o epicentro de uma longa discussão entre os executivos da empresa que estão ameaçando cancelar alguns destes pedidos.

Uma solução possível é a Boeing Capital, a divisão responsável por financiamento do fabricante, que opera de forma similar aos bancos de montadoras de carros, comprando da Boeing Commercial os aviões, para posteriormente aluga-los para a American Airlines.

Um dos entraves atuais é a dificuldades do setor aéreo em oferecer garantias para grandes financiamentos, em um momento que a demanda por viagens aéreas sofreu sua maior redução em toda história.

“Nosso foco continua a ser trabalhar com os reguladores globais no rigoroso processo que eles implementaram para devolver o 737 MAX a serviço. Não vamos comentar as discussões com nossos clientes. É um momento sem precedentes para a nossa indústria, com acentuada queda no tráfego [aéreo]”, disse um porta-voz da Boeing.

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Por Gabriel Benevides
Publicado em 11/07/2020, às 16h00 - Atualizado às 17h33


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