Autoridades investigam a ocorrência de uma situação perigosa envolvendo um voo da American Airlines
Problema de comunicação entre centro de controle e a torre do aeroporto foram responsáveis por negativa de pouso
Mesmo após declarar emergência um voo da American Airlines foi proibido de pousar no principal aeroporto internacional da Costa Rica.
O Boeing 737-800 (N937NN) havia desviado de uma tempestade e realizado uma longa espera aguardando para uma melhora no clima em San Salvador, em El Salvador. Ao perceber a quantidade de combustível ficando crítica, os pilotos solicitaram pousar no aeroporto internacional da Libéria (LIR), na Costa Rica, mas tiveram o pedido negado, mesmo após justificar que estavam com pouco combustível para seguir viagem até o destino.
A porém, o aeroporto negou a autorização para o avião pousar para reabastecer, alegando que estava fechado e que não podia receber voos naquela hora da noite. O problema grave foi ocasionado por um problema de comunicação causado por um “telefone sem fio”.
A aeronave cumpria o voo AA517, quando precisou efetuar desvio, e acabou consumindo mais combustível que o esperado. Porém, toda comunicação não foi feita com o aeroporto da Libéria, mas com o Centro de Controle de Tráfego Aéreo (Cenamer), que cobre o espaço aéreo da América Central acima de 20 mil pés, que não repassou a informação completa a torre de controle do aeroporto.
O processo usual na aviação, onde os aviões em rota se comunicam com centros de controle de área e não com aeroportos segue um protocolo padrão, mas que por uma falha de entendimento levou a uma situação potencialmente perigosa.
A autoridade da aviação civil da Costa Rica disse que o órgão está investigando por que as informações consideradas cruciais foram mal interpretadas pelo Cenamer. Após a negativa, o Boeing efetuou desvio para a Cidade da Guatemala (GUA), que ficava mais distante do local onde a tripulação solicitou um pouso técnico para evitar uma situação de alto risco. Mesmo com combustível em nível critico o Boeing 737 pousou com segurança na madrugada de domingo. Horas depois, a aeronave seguiu para San Salvador.
Apesar de ser mais distante de El Salvador do que a Guatemala, a tripulação optou um primeiro contato com a Costa Rica, porque os aeroportos locais atendidos pela American têm melhor infraestrutura logística para receber a aeronave e os passageiros. Além disso, evitariam voar por mais tempo e colocar o voo em risco real.
Marcel Cardoso
Publicado em 01/07/2021, às 10h25 - Atualizado às 15h19
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