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Agente laranja

Em novo ataque, Donald Trump ameaça programa militar mais caro da história dos Estados Unidos

Presidente eleito critica F-35 e demonstra intenções de analisar dados e custos do projeto


Logo após ameaçar cancelar a compra dos novos Air Force One, Donald Trump agora diz que pode cortar as encomendas do F-35 Lightning II. De acordo com o presidente eleito dos Estados Unidos, o programa JSF (Joint Strike Fighter), que deu origem ao F-35, extrapolou os limites do razoável.

“Os custos do programa F-35 estão fora de controle. Bilhões de dólares podem e serão economizados em compras militares depois de 20 de janeiro”, afirmou Trump no Twitter, em referência à data de sua posse presidencial.


O programa JSF, originado na década de 1990, foi criado para desenvolver, em conjuto com nações aliadas dos Estados Unidos, um avião de caça de quinta geração, em três versões e com capacidade furtiva.

O projeto liderado pela Lockheed Martin sofreu diversos atrasos e seu custo disparou na última década. A proposta inicial previa uma aeronave de baixo custo capaz de atender às necessidades da força aérea, marinha e fuzileiros navais dos Estados Unidos, assim como de parceiros do programa, com custo similar ao dos atuais F-16 Fighting Falcon. Todavia, o F-35 se tornou o mais caro programa militar da história, com custos superando os US$ 400 bilhões.

Recentemente, a USAF, a Força Aérea dos Estados Unidos, declarou que sua versão era plenamente operacional e capaz de ir para combate. Também foram entregues as duas primeiras aeronaves destinadas à força aérea de Israel. Ainda que nos últimos meses o programa JSF tenha conseguido acertar uma série de falhas e estabilizar os custos, o valor unitário de cada aeronave é estimado em US$ 113 milhões.

Os Estados Unidos possuem encomendas para 2.457 aeronaves, com custos variados, mas com um orçamento previsto de US$ 1.5 trilhão ao longo de todo o projeto.

“Olhe para o programa F-35 como dinheiro, as centenas de bilhões de dólares estão fora do controle”, disse Trump para a Fox News.

O bilionário tem atacado o setor de defesa, o qual considera caro e pouco eficiente. Além disso, tem afirmado que pretende impedir que ex-funcionários do Pentágono possam deixar suas funções e assumir cargos executivos em grandes empresas de defesa, o que considera um desserviço ao país. 

“As pessoas que estão fazendo esses negócios para o governo nunca devem ser autorizadas a ir trabalhar para essas empresas [do setor de aeroespaço e defesa]”, afirmou Trump. “Você sabe, eles fazem um acordo e dois ou três anos depois você os vê trabalhando para essas grandes empresas que fizeram o negócio”, argumentou.

As declarações de Trump aconteceram poucos dias depois da Northrop Grumman ter nomeado como um de seus executivos o general recém-aposentado Mark Welsh, que serviu como chefe de estado maior da força aérea dos Estados Unidos, tendo sido responsável por selecionar o fabricante para desenvolver a próxima geração de bombardeiros furtivos.

Redação
Publicado em 12/12/2016, às 14h50 - Atualizado em 13/12/2016, às 12h10


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