AERO Magazine
Busca

Scope Clause

Sindicatos dos EUA mantém barreira contra os E175-E2 da Embraer

Cláusulas de escopo mantém limite do peso máximo de decolagem e impedem venda do E175-E2


Motores mais pesados do E175-E2 elevaram o peso máximo do avião que está fora das regras sindicais dos EUA - Embraer
Motores mais pesados do E175-E2 elevaram o peso máximo do avião que está fora das regras sindicais dos EUA - Embraer

A possibilidade de venda dos novos aviões E172-E2 da Embraer foi drasticamente reduzida nos Estados Unidos após a manutenção das atuais cláusulas de escopo por parte dos sindicatos da United Airlines e da American Airlines.

Ambas as empresas aéreas, concluíram o processo de negociação sindical com seus pilotos, sem obter nenhuma alteração na cláusula de escopo (Scope Clause) que rege as regras dos jatos regionais operados por empresas parceiras.

Uma das cláusulas mais importantes é referente ao peso máximo de decolagem (MTOW) dos aviões regionais, que no caso dos sindicatos da American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines, e membros da ALPA, é de 86.000 libras (39.000 quilos), consideravelmente menor que o peso dos E175-E2 que é de 98.800 libras (44.800 quilos). O aumento de peso dos E175-E2 ocorreu principalmente pela instalação dos modernos motores Pratt & Whitney PW1715G, que embora sejam mais eficientes e econômicos, são consideravelmente mais pesados que os GE CF34-8E, usados na família E175-E1.

As negociações, que são realizadas de forma isolada por cada empresa aérea, envolvendo o sindicato do seu grupo de pilotos e a ALPA (Air Line Pilots Association), que definem como ambos os lados devem atuar em uma série de questões.

O argumento para a criação das cláusulas de escopo é proteger os empregos dos pilotos da companhia aérea principal, evitando que diversas rotas ou operações possam ser terceirizadas, assim limitando a capacidade de transporte de passageiros das companhias aéreas regionais afiliadas.

As cláusulas de escopo definem, entre outros, o tamanho dos aviões que operam nas empresas regionais que são contratadas pelas empresas major, ou seja, as grandes companhias aéreas dos Estados Unidos.

Ainda devem ser negociados os novos acordos sindicais pela Delta Air Lines e a Alaska Airlines, com pilotos também representados pela ALPA. Porém, analistas acreditam que existem poucas chances de haver qualquer mudança no peso máximo dos jatos regionais, seguindo assim os acordos negociados com a American e United.

A manutenção dos termos atuais impede a venda dos E175-E2 no mercado regional dos Estados Unidos. Atualmente a Embraer mantém a produção dos veteranos E175-E1, que continuam obtendo vendas consideráveis no mercado norte-americano, mas poderão em breve ver sua operação se tornar pouco atraente, por conta do maior consumo de combustível, além de no médio prazo enfrentarem limitações ambientais.

Com as restrições de venda nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano a Embraer anunciou uma pausa de três anos no desenvolvimento do E175-E2, que deverá entrar em serviço apenas em 2027. Todavia, o plano é que até lá as pressões pela modernização da frota de jatos regionais flexibilize as cláusulas de escopo referente ao peso máximo de decolagem.

  • Receba as notícias de AERO diretamente das nossas redes sociais clicando aqui

Banner Promocional

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 28/06/2022, às 15h55


Mais Notícias