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Labace 2012

Maior feira de aviação executiva da América Latina desembarca no aeroporto de Congonhas com muitas novidades, mais espaço e a expectativa de retomada dos negócios nesta segunda metade do ano


Interior do Embraer Lineage 1000, pela primeira vez no evento

A principal feira de aviação executiva da América Latina cresceu. Com mais espaço para um número maior tanto de aeronaves como de expositores, a nona edição anual da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition) promete resgatar o otimismo dos principais fabricantes mundiais de aviões e helicópteros voltados para o transporte aéreo corporativo. A menos de dois anos da Copa do Mundo do Brasil, as perspectivas em relação ao país ainda são as melhores possíveis, mesmo com a instabilidade cambial e a apreensão do mercado. A expectativa é que a cotação do dólar frente ao real se estabilize e a economia prossiga com seu crescimento continuado, retomando a forte aceleração antes do fim de 2012.

A Labace deste ano acontece entre os dias 15 e 17 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), e pela primeira vez ocorre de quarta a sexta-feira, sem o sábado. "O foco é nos negócios", justifica Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), que organiza o evento. Com a retirada dos aviões sucateados da Vasp do pátio, o espaço externo da feira aumentou cerca de 20%. Neste ano, a exposição estática conta com 70 aeronaves, cinco a mais do que em 2011. A área interna também cresceu, cerca de 10%, e abriga 34 chalés e mais de 100 estandes, com a divulgação de pelo menos 170 marcas. Com a supressão do sábado, o público deve ser o mesmo do ano passado, cerca de 15 mil credenciados.

A principal novidade deste ano na exposição estática é o jato de ultralongo alcance da Bombardier Global 6000, de US$ 58,5 milhões. Ele vem pela primeira vez ao Brasil. Segundo o fabricante canadense, o Global 6000 voa de São Paulo a Berlim sem escalas com oito passageiros e quatro tripulantes a bordo. Outro modelo que faz sua estreia na Labace é o Embraer Lineage 1000, jato de US$ 52,5 milhões derivado do Embraer 190 com capacidade para transportar 19 passageiros mais os tripulantes em cinco zonas de cabine, que incluem pelo menos três banheiros. Segundo a Embraer, é o único jato executivo de seu porte que decola do aeroporto de Heathrow, em Londres, conhecido por suas restrições operacionais.

Também debutam na Labace dois helicópteros sem rotor de cauda, o corporativo MD Explorer e o cargueiro Kamov Ka- -32A11BC, ambos que acabam de chegar ao Brasil. O modelo da MD Helicopters, distribuído no Brasil pela Helicentro, de São Paulo (SP), custa US$ 6,4 milhões e é um movimento do fabricante para concorrer com o AgustaWestland A109 Grand New e o Bell 429. Já a aeronave russa, comprada pela Helicargo, empresa formada a partir da parceria da Helipark com a Guindasteck, iça até cinco toneladas de carga com autonomia de uma hora de voo. Poderá ser muito útil em missões diversas, como o transporte de linhas de transmissão na Amazônia.

A Labace de 2012 consolida um ciclo de amadurecimento do país. Com uma frota de 710 jatos e mais de 1.750 helicópteros, além de turbo-hélices e aviões a pistão, a aviação executiva brasileira deixa de ser vista como luxo e, ao poucos, passa a ser compreendida com ferramenta de trabalho. Com uma aeronave, o empresário faz reuniões em duas a três cidades no mesmo dia e volta para dormir em casa. Ou, então, cumpre em três dias um roteiro que precisaria de uma semana, pelo menos.

A crise ainda preocupa, principalmente por conta da apreciação do dólar ante o real, mas tem seu lado bom, de oportunidades. Em períodos assim, quem precisa de uma aeronave e já tomou a decisão de adquiri-la, consegue melhores condições de compra. E não existe lugar melhor para isso do que na Labace, onde os fabricantes estão prontos para vender, com "leques" de facilidades e todos os executivos a postos, para tirar quaisquer dúvidas. Todos os anos a Abag faz um estimativa do volume de negócios efetivados ou iniciados na feira. O último número chegou a US$ 550 milhões. É um número pouco preciso, evidentemente, mas ajuda a entender que, por trás da aviação executiva, está boa parte do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Nas próximas páginas, os destaques desta nona edição da Labace.

JATOS EXECUTIVOS

EMBRAER
A brasileira Embraer expõe quatro modelos de seu portfólio voltado para a aviação executiva. O Lineage 1000, que participa da Labace pela primeira vez, o Legacy 650, o Phenom 300 e o Phenom 100. O fabricante brasileiro, que acaba de inaugurar uma fábrica em Melbourne, nos Estados Unidos, trabalha com duas perspectivas de vendas de jatos executivos nos próximos 10 anos para América Latina, cuja frota atual é de 2.059 unidades - no mundo são 18.641.

Pela otimista, serão comercializadas 900 unidades, somando cerca de US$ 16 bilhões. Pela pessimista, serão vendidos 700 jatos, gerando US$ 12 bilhões. Nos dois casos, o Brasil representa cerca de 50% dos pedidos com 400 a 550 jatos, totalizando US$ 6 a 8 bilhões.

"Até o início de 2014, a frota brasileira de jatos, que já superou as 710 unidades, deve ultrapassar a do México e se tornar a segunda do mundo", prevê Marco Túlio Pellegrini, vice-presidente de Operações e Aviação Executiva da Embraer, que contabiliza 112 jatos Embraer voando no país. "Devemos entregar mais dois Legacy 650 até o fim do ano, totalizando cinco no país. Temos no Brasil 72 Phenom 100, 78 Phenom 300, 17 Legacy 600 e dois Lineage 1000, operados pela FAB", acrescenta Pellegrini.

Fabricante brasileiro deve entregar mais dois Legacy 650 até o fim do ano, totalizando cinco no país

A Embraer também está otimista com seus dois novos jatos da família Legacy, o 500, cujo protótipo voará ainda este ano, e o 450. São jatos espaçosos, full fly-by-wire, apropriados para missões na América do Sul para quem está baseado em São Paulo, por exemplo. "São produtos que vão chegar ao mercado num momento em que a economia mundial já terá entrado em outro ciclo menos crítico do que o atual. Estamos otimistas e sabemos a importância de investir nesse momento", diz Pellegrini.

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Para o executivo da Embraer, os novos clientes têm um papel decisivo no mercado de aviação executiva. "Quando um empresário compra um jato pela primeira vez, descobre um novo patamar de trabalho, com possibilidade de visitar três ou quatro cidades diferentes em um dia".

Outra novidade da Embraer é o lançamento de um novo centro de serviço e FBO (Fix Based Operation) em Sorocaba, interior de São Paulo, possivelmente em agosto de 2013. A terraplanagem no espaço de 8 mil metros quadrados já começou. Mais uma novidade é a compra de um simulador CAE para o Phenom 100 e o 300 em Guarulhos. Os pilotos receberão o treinamento em português.

Luxuoso Global 6000 vem pela primeira vez para a Labace: 19 passageiros e quatro tripulantes

BOMBARDIER
A canadense Bombardier, representada pela Synerjet no Brasil, traz quatro jatos executivos para a Labace. Além do Global 6000, estarão expostos em Congonhas dois Learjet, um 45XR e outro 60XR, ambos com preço acima dos US$ 13 milhões, e um Challenger 300, de US$ 24,3 milhões. A Bombardier possui hoje 130 jatos executivos registrados no Brasil, o que representa 20% desse mercado no país. "Na América Latina, nossa fatia de mercado chega a 25%, com mais de 520 jatos", revela Fabio Rebello, vice-presidente da Bombardier Business Jets na América Latina. "A perspectiva de mercado para 20 anos da Bombardier Jatos Executivos é de 2.285 entregas para a América Latina".

O clima na Bombardier é de otimismo para a Labace, tendo em vista os resultados de vendas no último ano e as novidades da marca. A empresa acaba de lançar dois jatos, o Learjet 70, de US$ 11,1 milhões, e o Learjet 75, de US$ 13,5 milhões, que derivam do Lear 40 e 45. Com novos motores Honeywell, eles decolam mais curto. Também são mais leves e possuem winglets. O resultado, esperam os projetistas, é elevar o desempenho em voo e a autonomia de combustível. Já o novo Learjet 85, feito em material composto, entra em serviço no próximo ano. "Também estamos trazendo nosso mais novo Global 6000, equipado com o Vision Flight Deck, e com o Global Shower, primeiro chuveiro projetado para a indústria da aviação", explica Rebello.

Com 30 metros de comprimento, o luxuoso Global 6000 transporta até 19 passageiros e quatro tripulantes por trajetos intercontinentais de até 11.112 km a 907 km/h e altitude máxima de 15.545 metros. Equipado com duas turbinas Rolls-Royce e o novo Vision Flight Deck, ele decola de pistas de 1.974 metros e pousa em pistas de 814 metros. Suas instalações contam com uma sala de descanso, poltronas e mesa de reuniões em pleno voo, além do Global Shower, um módulo composto por sofisticado chuveiro, um aparato para manter a toalha quente e um armário para guardar ternos, oferecendo o máximo de conforto ao usuário. O avião também conta com configuração de internet wireless, LAN e ethernet.

GULFSTREAM
A norte-americana Gulfstream apresenta no evento deste ano os jatos G150, de US$ 15,5 milhões, G450 (este com interior opcional Elite), de US$ 41,1 milhões, e o G550, de US$ 63,5 milhões. O fabricante começou a vender aviões no Brasil em 2002 e sua presença tem crescido na região. Desde 2009, a frota Gulfstream no país cresceu de 14 para 34.

"O Brasil continua sendo um dos mercados de jatos executivos mais fortes do mundo", acredita Jeff Miller, vice-presidente de Comunicações da Gulfstream. Mantemos um estoque de partes e peças em consignação com a Morro Vermelho Táxi Aéreo, em Congonhas, avaliado em US$ 9 milhões". Na América Latina, o crescimento também foi grande. De 2006 para 2012, a frota da Gulfstream aumentou de 58 para 152 jatos.

As duas grandes novidades da Gulfstream não estão na Labace, o G650 e o G280. Segundo o fabricante, existem no mundo 200 pedidos firmes para o G650, que custa US$ 64,5 milhões. Ele atinge a velocidade máxima de Mach 0,925 e alcança 12 mil quilômetros. Já o supermidsize G280 custa US$ 25 milhões e, juntamente com o G150, que recebeu certificado de tipo da Anac em 2011, cumprem missões dentro da América Latina.

A Gulfstream acaba de rebatizar sua unidade de operações de manutenção em Sorocaba, interior de São Paulo, como Gulfstream Brazil, e agora é um dos dois centros de serviços internacionais da empresa, a exemplo da Gulfstream Luton, próxima de Londres. Um terceiro centro, Gulfstream Beijing, deve entrar em operação ainda este ano. "A unidade de Sorocaba cresceu para um centro de serviços plenamente capaz de executar serviços pesados de manutenção, como inspeções de fuselagem e trocas de motor", afirma Mark Burns, presidente de Suporte ao Produto da Gulfstream.

G150 ficará exposto durante o evento. Frota da Gulfstream no Brasil é de 34 jatos

O centro da Gulfstream em Sorocaba abriga um hangar de 24.000 pés quadrados, capaz de acomodar de quatro a seis aeronaves variadas, de cabine grande e média. Também possui 8 mil pés quadrados de escritórios da empresa e dos clientes, e um entreposto aduaneiro de peças de 3 mil pés quadrados. Ele é certificado pela Anac para realizar manutenção, reparos e alterações em todas as aeronaves Gulfstream registradas no Brasil. Os jatos Gulfstream com registro americano podem ser atendidos no local por técnicos certificados, vindos de outros centros americanos da Gulfstream.

HAWKER BEECHCRAFT
A Hawker Beechcraft, que tem como representante no Brasil a Líder Aviação, exibe dois jatos Hawker na Labace, o 4000, de US$ 23 milhões, e o 900XP, de US$ 16 milhões. A principal notícia em torno do tradicional fabricante norte-americano de aeronaves executivas, com seus 80 anos de atividade, é o acordo firmado com os chineses da Superior Aviation para uma "combinação estratégica". Até o fechamento desta edição, as empresas negociavam os termos do contrato, mas as partes já haviam concordado com oferta pela Hawker: US$ 1,8 bilhão, valor que seria pago pelos asiáticos. O braço de defesa da Hawker não faz parte da negociação. "Se o acordo sair, a expectativa é que as linhas e os produtos sejam mantidos. Mas, se não sair, ainda é possível que se abram novas negociações. Até a Embraer demonstrou interesse", informa Marcos Nogueira, da Hawker. Caso nenhuma das negociações se concretizem, o que se comenta no mercado é que a companhia poderá suspender algumas linhas, como já acontece com a do 400. Especulações à parte, os jatos que foram adquiridos serão entregues, garante o fabricante. "Vamos entregar um 900XP neste mês de agosto e temos mais três entregas até o fim do ano. Para 2013, são cinco contratos firmes que vamos honrar", garante Marcos Nogueira. "Os produtos e a infraestrutura de atendimento da Hawker são sólidos, e os executivos que estão hoje à frente da companhia, competentes".

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Hawker negocia acordo com chineses, mas entregas continuam no Brasil, como acontece agora em agosto com o 900XP

AIRBUS
A europeia Airbus traz para o Brasil pelo segundo ano seguido o ACJ318. O jato tem uma cabine mais larga e mais alta do que a de qualquer outra aeronave executiva. Seu preço é de US$ 68 milhões, incluindo o acabamento de cabine. "O Brasil é o mercado de jatos corporativos mais importante na América Latina", argumenta François Chazelle, vice-presidente de Aviação Executiva e Particular da Airbus. "Esperamos que muitos novos potenciais clientes experimentem o conforto incomparável e o espaço que a aeronave tem a oferecer".

A Airbus já vendeu mais de 170 jatos executivos mundo afora e o ACJ é a única aeronave que voa em todos os continentes, incluindo a Antártida, diz a Airbus. O fabricante europeu espera vender cerca de 10 a 15 jatos corporativos por ano no mundo. A disposição interna pode ser configurada conforme as necessidades do cliente, "desde que respeite as restrições de aeronaves, tais como centro de peso, de gravidade e de inflamabilidade". Com oito passageiros a bordo, o ACJ318, que é derivado da família A320, voa de São Paulo a Miami sem escalas.

ACJ318 vem pela segunda vez para a Labace

DASSAULT FALCON JET
A francesa Dassault Falcon Jet reserva para a exposição estática da Labace o trijato 7X, de US$ 50 milhões, e o 2000LX, de US$ 31 milhões. Para Rodrigo Pesoa, diretor de Vendas para a América do Sul, a feira ainda é essencialmente brasileira. "Ela gera negócios dentro do país para a Falcon", ele constata. Mas, a despeito do arrefecimento dos negócios a partir de abril, há uma mudança na geografia do mercado, segundo o executivo.

"Estamos vendendo para clientes de regiões que não estávamos acostumados. Em 2012, as duas aeronaves que fechamos pedidos firmes foram para o Nordeste. Esses novos mercados não substituem São Paulo, que detém 70% da frota Falcon, mas melhoram os nossos balanços". São empresários principalmente do ramo do cimento, de shoppings e do agronegócio. Um dos líderes do segmento de cabine larga no Brasil, a Dassault espera chegar ao fim deste ano com uma frota de mais de 40 aeronaves após a entrega prevista de seis unidades. Somente do modelo 7X, existem seis voando e mais três por chegar. Até 2014, seriam mais seis ou sete pedidos entregues. Compõem o portfólio do Falcon o 900LX, de US$ 40 milhões, e o novo 2000S, de US$ 26 milhões, que prossegue sua fase de testes e certificação. O Falcon 2000S já voou mais de 300 horas e cumpriu pelo menos 130 voos. O novo motor da Pratt&Whitney Canada PW308C e o painel EASy II também estão em testes. O supermidsize Falcon 2000S acomoda 10 passageiros, a exemplo do Falcon 2000LX, e tem alcance de 3.350 milhas náuticas.

Quatro lançamentos de 2011 para cá, incluindo o Latitude

CESSNA
A norte-americana Cessna, que é representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva, exibe na Labace três jatos Citation: o Sovereign, o CJ4 e o Mustang. A Cessna opera 315 jatos executivos hoje no Brasil, além de 155 turbo- -hélices e cerca de 3.000 modelos a pistão. Na América Latina, são mais de 600 Citation, 2.400 Caravan e mais de 80.000 aeronaves a pistão no mundo. As principais novidades da Cessna, porém, não figurarão entre as aeronaves expostas. O Citation Ten e o M2, que realizam testes em voo, e mais dois lançamentos, o Latitude e o Longitude, são aeronaves com demanda no Brasil, de acordo com a TAM. "Sim, temos interessados para esses aviões", diz Leonardo Fiuza, diretor Comercial da TAM Aviação Executiva.

O jato de médio porte Latitude terá um alcance máximo de 4.260 quilômetros, o que significa fazer um voo direto de Brasília para a Ilha de Saint Marteen, no Caribe. Posicionado entre o XLS+ e o Sovereign, ele tem capacidade para dois pilotos e até oito passageiros, aviônica Garmin G5000 touch screen e cabine com piso interno plano (1,83 m de altura por 1,95 m de largura). O primeiro voo do protótipo do Latitude, que custará US$ 14,9 milhões, está previsto para 2014. Já a certificação da FAA (Federal Aviation Administration) deve ficar para 2015, assim como as primeiras entregas. Com velocidade máxima de cruzeiro de 820 km/h, o Latitude poderá operar em pistas de 1.190 metros, atingir uma altitude máxima de 45.000 pés e subir direto até 43.000 pés em 23 minutos.

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O Citation M2, que iniciou os testes de voo seis meses após ser anunciado, terá capacidade para dois pilotos e até seis passageiros. Sua certificação deve ocorrer no primeiro semestre de 2013, com entregas previstas para 2014. O jato vai custar US$ 4,195 milhões e apresenta estrutura de alumínio, asa reta e cauda em T. Vem equipado com duas turbinas Williams FJ44-1AP-21 de 1.965 libras de empuxo, capazes de levar o jato a uma velocidade máxima de cruzeiro de 741 km/h e a 41 mil pés em 24 minutos. O alcance é de 2.408 quilômetros e poderá pousar em pistas de 991 metros. No painel, um Garmin G3000.

Mais rápido ao nível de cruzeiro e com alcance maior, o Citation Ten substituirá o Citation X. O motor do novo jato é o Turbofan Rolls-Royce AE3007C2, uma evolução do AE3007C1, que equipa o Citation X, garantindo ganho de tração. O Ten alcança até 3.242 milhas náuticas e decola com 1.570 metros de pista. A previsão de sua certificação é para meados de 2013, com entrega no mesmo ano. Seu preço é US$ 21,5 milhões.

O Longitude, lançado neste ano na EBACE (European Business Aviation Convention & Exhibition), em Genebra, na Suíça, é o primeiro Cessna intercontinental, com cabine de 9,4 metros de comprimento e capacidade para dois tripulantes e até dez passageiros. Ele poderá voar sem escalas de São Paulo a Paris, já que seu alcance chega a 7.408 quilômetros. "O mercado brasileiro continua bom, com tendência a melhorar. Não será um ano de resultados históricos, mas será um pouco acima da média.", diz Fiuza. "A crise na Europa, além de postergações de investimentos, tem aumentado a oferta de aeronaves usadas, tornando o mercado secundário muito atrativo, em termos de preços".

TURBO-HÉLICES

PILATOS
A suíça Pilatus, representada no Brasil pela Synergy e pela Premier, tem em seu estande os monoturbo-hélices PC-12NG e PC-6 Porter. O PC-12 é vendido por US$ 3,8 milhões na versão standard. O Brasil conta hoje com cerca de 30 unidades do PC-12, uma frota que aumenta 15% ao ano, segundo o fabricante, ou seja, são quatro a cinco novos aviões por ano. Na América Latina, essa frota chega a 65 Pilatus, o que representa 5% das quase 1.200 aeronaves entregues no mundo. O modelo exposto na feira é o primeiro e até agora o único PC-6 com matrícula brasileira.

O PC-12 pode levar de 6 a 8 passageiros na configuração executiva ou também pode ser convertido para um avião de carga ou ambulância. "Ele pode voar com autonomia de 2.889 quilômetros a 519 km/h e tem a capacidade de pousar em pistas curtas e não pavimentadas. Mesmo com toda essa gama de benefícios, é uma aeronave econômica para possuir e operar", diz o vice- -presidente de Marketing da Pilatus, Tom Aniello. "O PC-12NG conta com a suíte de aviônicos Apex, que será logo certificada para a chamada visão sintética. Além disso, é o mais confortável e veloz entre os turboélices de sua categoria e um dos mais econômicos entre todos. Dispõe de toalete completo a bordo. Outro fator muito importante é que o PC-12 desvaloriza muito pouco ao longo dos anos, o que mantém o investimento bastante seguro", complementa José Eduardo Brandão, diretor Comercial e de Marketing da Synergy.

Brasil já conta com mais de 30 unidades do Pilatus PC-12NG. Abaixo, o TBM 850, que será apresentado na versão Elite

DAHER-SOCATA
A francesa Daher-Socata, cujo representante no Brasil é a Algar Aviation, de Uberlândia (MG), traz mais uma vez para Labace seu monoturbo-hélice TBM 850. Existem 18 aviões TBM em operação no Brasil, 30 na América Latina e 630 no mundo. O preço do TBM standard é US$ 3,2 milhões. Equipado, com os opcionais tradicionalmente selecionados e com porta de piloto adicional, o valor sobe para US$ 3,4 milhões. "O mercado de turbo-hélice sempre terá seu espaço, principalmente em países como o Brasil", explica Rui Almeida, diretor de Vendas da Daher-Socata, em alusão às pistas não preparadas do país. Para a Labace 2012, o fabricante introduziu a versão Elite. "Ela dá ao operador mais flexibilidade, podendo converter a cabine numa configuração de quatro lugares, aumentando assim a capacidade e o volume de bagagem. Esses quatro passageiros poderão também orientar as poltronas com um grau de liberdade de 180 graus".

PIPER
A norte-americana Piper, representada no Brasil pela JP Martins, expõe na Labace o monoturbo-hélice Meridian, de US$ 2,5 milhões. A novidade para a Labace deste ano é a homologação do Meridian, que usa o motor Pratt&Whitney Canada PT6A-42A e alcança 1.885 quilômetros, para operar em pistas não preparadas. A expectativa da JP é terminar o ano de 2012 com 25 aviões Piper vendidos no Brasil, um número aquém da média de outros anos, de 35 vendas. Existem hoje 15 unidades do Meridian voando no Brasil. "Estamos otimistas para o segundo semestre, apesar das oscilações do dólar", diz Paulo Roberto Martins, presidente da JP Martins. "A vantagem do nosso produto é que ele é muito econômico. O custo do Meridian é de 650 reais a hora voada, com um consumo 130 litros de combustível por hora".

O Meridian opera em pistas curtas, segundo a Piper, decola com 500 metros sem obstáculos e pousa com pouco mais de 300 metros. É um avião que voa a 260 nós e atinge 6.000 pés. Seu painel Garmin G1000 é o mesmo usado em jatos executivos como o Phenom 100 e o Mustang. "Acreditamos bastante no setor do agronegócio, que é o que mantém a economia do Brasil".

PIAGGIO
A italiana Piaggio Aero, que também tem como representante a Algar Aviation, expõe o bimotor turbo-hélice P-180 Avanti II, que custa US$ 8 milhões nacionalizado. A expectativa da Algar é consolidar a primeira venda deste avião com design único - graças ao canard, às asas e à cauda em T, além dos motores - a partir da Labace, neste ano ainda. A frota global é de 110 unidades - incluindo a primeira versão são 250. O Avanti II é o turbo-hélice mais veloz do mundo, atinge 745 km/h. "É um avião a hélice pressurizado com performance de jato", resume Paulo Roberto Siqueira de Carvalho, diretor-técnico da Algar. "Temos usado bastante o Piaggio aqui no grupo em rotas entre São Paulo, Maranhão e Porto Seguro. Os executivos saem e voltam para Uberlândia no mesmo dia. Ele é muito rápido, só que com custo operacional inferior ao de um jato". O Piaggio P-180 Avanti II alcança 1.500 milhas náuticas e transporta até nove passageiros mais o piloto.

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HAWKER BEECHCRAFT
A Hawker Beechcraft, que tem como representante a Líder Aviação, apresenta na Labace três modelos da família King Air: 350ER para missões especiais, o 250 e o C90GTx. O Beechcraft King Air 350ER tem alcance ampliado e conta com radares de vigilância, ISR, ambulâncias aéreas e capacidades especializadas. É novidade na feira. A versão C90GTx ganhou peso bruto e winglets compostos, que melhoram o desempenho de subida e aumentam a eficiência energética, segundo a Beechcraft. Ele transporta até sete passageiros e conta com uma área de armazenagem interna acessível, aquecida e pressurizada, e um banheiro privativo na popa. Já o King Air 250 oferece winglets compostas e propulsores compostos leves, o que gera melhor desempenho na pista, alcance, velocidade e subida, segundo o fabricante. "Teremos uma presença massiva, como nos anos anteriores. A nossa expectativa é continuar fechando negócios como vimos fazendo nesse tipo de evento, além de estarmos presentes com todas as nossas unidades de negócio fomentando todos os produtos e serviços que oferecemos", diz Philipe Figueiredo, diretor de Vendas de Aeronaves da Líder Aviação.

PISTÃO

PIPER
A Piper mostra no estande de seu representante, a JP Martins, o Seneca V, que é o carro-chefe da marca no Brasil. "É o bimotor a pistão com melhor aceitação do mercado", diz Paulo Roberto Martins, presidente da JP da Martins. O avião custa US$ 1,2 milhão e tem um custo operacional de 376 dólares por hora. O monomotor a pistão Matrix, cuja frota no Brasil chega a 60 aeronaves, também cumpre missões executivas. Ele custa US$ 1,2 milhão e traz o mesmo painel G1000 do Meridian.

CIRRUS
A Cirrus Brasil exibe pela primeira vez na Labace o Cirrus SR22 Max, que custa US$ 669 mil, nacionalizado. A frota atual de Cirrus no Brasil já supera as 300 unidades, pouco mais de sete anos após a primeira entrega, em 2005. O ritmo de vendas que chegou a 50 por ano caiu para 22 aeronaves em 2011. A novidade desse novo Cirrus é a presença do quinto assento, para que os pais possam levar os filhos a bordo. "Dá até para adaptar a cadeira de bebê do carro", explica Sérgio Beneditti, da Cirrus Brasil. "Além disso, o avião oferece sistema de telefonia via satélite, que permite consultar a meteorologia do destino por mensagem de texto, em voo. Dá para abrir o Metar e o TAF". Sobre o Cirrus Jet, que vai ter sete lugares, atingir 550 km/h, alcançar 1.900 quilômetros, pousar em pista de terra e custar US$ 1,95 milhão, as primeiras entregas estão previstas para 2015.

HAWKER BEECHCRAFT
A Hawker Beechcraft também coloca no chalé da Líder Aviação o Baron G58, uma aeronave com dois motores a pistão. O fabricante destaca sua cabine Premium, que permite reconfiguração de assentos para duas, quatro ou seis pessoas. O deck de voo inclui aviônicos Garmin G1000 integrados com sistema de controle de voo GFC 700 e o novo radar climático colorido GWX 68.

HELICÓPTEROS

MD HELICOPTERS
A norte-americana MD Helicopters, representada no Brasil pelo Helicentro, leva à exposição estática um dos destaques da Labace, o MD Explorer. Trata-se de um helicóptero de US$ 6,4 milhões com um exclusivo sistema sem rotor de cauda, batizado NOTAR, um acrônimo para no tail rotor. Nas palavras de Ricardo Zuccolo, diretor-presidente do Helicentro, a tecnologia aumenta a segurança e a economia. "Sem o peso do rotor traseiro, o projeto permite aumento da carga útil. Além disso, não há risco de pane com o rotor traseiro ou acidentes no momento do desembarque, é uma preocupação a menos para o piloto", enumera o empresário.O ruído é outra grande vantagem do Explorer, como se pode perceber ao ouvi-lo voar. "Ele é mais silencioso do que qualquer outro modelo, algo desejável em grandes cidades".

Outra vantagem é o espaço interno, já que, segundo o fabricante, os seis passageiros viajam menos apertados do que em modelos da mesma categoria. Além disso, continua Zuccolo, ele decola com oito ocupantes e tanque cheio dentro do envelope, prevendo perda de um motor. Mais um aspecto positivo do MD apontado pelo Helicentro é o sistema suspenso de transmissão, que atenua vibrações no interior da cabine. Quatro hastes sustentam a transmissão e enviam toda a energia da caixa diretamente para os esquis pormeio de barras laterais, explica Zucculo. "A força de suspensão é feita nos esquis e a caixa de transmissão pode ser menor e mais leve, aumentando a carga útil. No total, o Explorer tem 1.300 quilos de carga útil, 500 quilos para combustível e 800 quilos para passageiros e bagagem". O custo operacional, garante o representante, é US$ 700 a hora, incluindo manutenção e combustível.

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Existem hoje 22 helicópteros MD em operação no Brasil, a maioria MD600, MD500E e outros mais antigos. Mas, além do Explorer, a Helicentro acaba de entregar um modelo MD530 ano 2012, no Rio. Ele custa US$ 2,3 milhões.

MD Explorer sem rotor de cauda torna o voo mais silencioso

AGUSTAWESTLAND
A italiana AgustaWestland mostra na Labace um helicóptero Coala, de US$ 4 milhões, um AW109 Grand New, de US$ 7,5 milhões, e um mock-up do novo AW169, de US$ 10 milhões. O fabricante europeu tem 172 aeronaves em operação no Brasil - duas vezes e meia a frota de 2008, que era de 73 unidades -, com destaque para a participação de 60% da família A109 no mercado executivo dos biturbinas leves. Ao todo são 140 unidades AW nessa categoria. "Em 2012, já tivemos 10 helicópteros vendidos, o que representa quase 15% da venda mundial da AgustaWestland", contabiliza Fabrizio Romano, diretor Comercial da AgustaWestland no Brasil.

A divulgação no Brasil do AW169 é o outro grande destaque do chalé da AgustaWestland. Até o fim do ano, os italianos esperam estar com três protótipos voando. A certificação deve ficar para 2014. Equipado com dois motores Pratt&Whitney Canada PW210A, o novo helicóptero tem capacidade para um tripulante e mais 11 passageiros e voa a mais de 140 nós em cruzeiro. Vai disputar mercado com o EC155 e o Sikorsky76. O também novo AW189, que serviu de plataforma para o AW169, começa a ser entregue em 2013. Ainda não há pedidos para o Brasil. Mais um modelo cujos resultados estão sendo comemorados pela Agusta é o AW139, que opera no mercado de óleo e gás. Já foram vendidos 23 no Brasil. Segundo a Petrobras, existem 108 aeronaves contratadas para operações offshore pertencentes a seis companhias. A estimativa da estatal é quase dobrar essa frota até 2018, evoluindo para 180 helicópteros nesse período.

Hoje os operadores de helicópteros da Agusta contam com centros certificados consolidados, como o Helipark e a Líder Aviação, ambos em São Paulo, além da própria sede da AgustaWestland Brasil, em Osasco (SP), que oferece suporte 24 horas para a frota da América do Sul. São mais de 50 pessoas trabalhando, entre engenheiros, técnicos e outros profissionais.

EUROCOPTER
A brasileira Helibras, associado ao Grupo Eurocopter, exibe em Congonhas três aeronaves, um EC120, de US$ 2,5 milhões, um Esquilo, de US$ 3,5 milhões, e o EC135 VIP, de US$ 7 milhões. A empresa responde por mais da metade da frota de helicópteros a turbina do país, o que significa 620 unidades de um total de cerca de 1.200. Os números da Helibras destoam do clima de crise. "Não temos nada de queda, em 2011 vendemos 25 aeronaves e devemos passar de 30 em 2012, talvez chegar a 40", prevê François Arnaud, vice-presidente Comercial da empresa. "O que talvez impacte um pouco nos negócios é a cotação do dólar, que encareceu 10% a 15% nossos produtos, mas as vendas continuam".

Segundo o executivo da Helibras, da frota Eurocopter no Brasil 45% corresponde a aviação executiva (10% dela táxi-aéreo), 20% governamental, 25% militar e 10% offshore. A missão típica dos operadores corporativos brasileiros é voar entre São Paulo e Rio ou de um centro industrial para uma fazenda, em missões de uma a duas horas. Por isso os biturbinas, que permitem voos por instrumentos, estão tão em voga. E o melhor exemplo é o investimento que a Eurocopter está fazendo no EC130 T2. "A economia brasileira cresce e os compradores querem helicópteros maiores, mais potentes e com melhor performance", explica François Arnaud.

A força da Helibras no mercado brasileiro se consolida com a construção do novo complexo fabril em Itajubá (MG) para produzir o EC725, que começa a ser entregue em 2014 ou 2015. Em três anos, a empresa saltou de 250 para mais de 680 funcionários, pelo menos 50 deles pertencentes ao centro de engenharia. "Ter um helicóptero de grande porte fabricado no Brasil, em versões civis e militares, abre excelentes perspectivas. A demanda da Petrobras para o Pré-Sal deve ser de 10 aeronaves por ano".

EC130 T2 é uma das apostas da Eurocopter pra o Brasil. Abaixo o Bell 429

BELL HELICOPTER
A Bell Helicopter, representada no Brasil pela TAM Aviação Executiva, expõe durante a feira os modelos 429 e 407GX. A frota de aeronaves Bell hoje no país supera as 300 unidades, com destaque para os 186 helicópteros Bell 206 e os 45 Bell 407. Mas atualmente o "best-seller" da linha de produtos é o Bell 429. Existem nove unidades já voando no Brasil e uma extensa carteira de pedidos para entregas futuras, segundo a TAM. "O mercado de helicópteros continua aquecido, sendo menos atingido pelas oscilações internacionais e econômicas", explica Leonardo Fiuza.

Uma novidade da Bell para a Labace deste ano é o 525 Relentless. A perspectiva da TAM é que o novo helicóptero se encaixará na operação da indústria de óleo e gás, embora possa ser aproveitados em outras atividades. Impulsionado pelo motor GE CT7-2F1, ele terá capacidade para 16 passageiros e dois pilotos, que contarão com fly-by-wire e touch screen.

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Kamov iça até 5 toneladas de carga. Abaixo, Robinson R66

KAMOV
A Helicargo, uma parceria entre a Helipark e a Guindasteck, mostra pela primeira vez num evento do Brasil o Kamov Ka-32A11BC. O helicóptero russo prestará serviço de transporte de carga no país. A aeronave tem capacidade para içar até 5 toneladas e será útil nas mais diversas missões, que podem envolver desde grandes dutos, torres de transmissão e veículos acidentados até combates a incêndio, operações urbanas ou off shore e calamidades. "As usinas de energia da Amazônia precisam de linhas de transmissão. Para colocá-las com guindaste é preciso fazer estradas, o que atrai desmatadores. Com o Kamov, basta uma clareira", explica João Veloso, presidente da Helipark. O vice-presidente da Helicargo, Nilson Mangueira Rocha, vai além. "Há situações em que, para içar uma ou duas toneladas, precisamos de um guindaste de 400 toneladas. Nessas circunstâncias, o Kamov será bastante útil".

O Kamov não tem rotor de cauda e por isso o raio formado pelas pás de seu rotor duplo compreende o comprimento da aeronave. Todo analógico para suportar temperaturas extremas e elevada umidade sem panes, o helicóptero é capaz de cumprir missões em distâncias de 200 a 900 quilômetros, no limite, dependendo do peso da carga. O ideal, porém, é aproveitar sua força de içamento, não seu alcance ou sua velocidade. "É uma aeronave com muita precisão e estabilidade", explica Veloso.

ROBINSON
A norte-americana Robinson, distribuída oficialmente no Brasil pela Audi Helicopters e pela Power Helicopters, marca presença na Labace com os modelos R44, de US$ 647 mil, e R66, de US$ 1,9 milhão. O Brasil tem a maior frota mundial de modelos Robinson: são mais de 500 aparelhos, segundo a Audi, o que representaria mais de 40% da frota de helicópteros privados e de táxis-aéreos do país. Do modelo a turbina, o R66, que transporta 136 quilos de bagagem, são 25 voando e 80 vendidos. As aeronaves Robinson cumprem missões de até 600 quilômetros ou três horas. Uma construtora com obras em Campinas, Ribeirão Preto e Ubatuba (SP) tem um helicóptero R66, que permite aos empreendedores visitar os três canteiros no mesmo dia e voltar para casa.

| Giuliano Ag Mont | Fotos | Divulgação
Publicado em 03/08/2012, às 14h49 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45


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