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Indústria aeronáutica japonesa objetiva mais que lucro

Mesmo se não for bem-sucedido comercialmente, o futuro do MRJ está garantido


Apesar de o Mitsubishi Regional Jet (MRJ) ter registrado atrasos crônicos – implicando em custos cada vez maiores – seu futuro como aeronave de vanguarda da indústria aeronáutica comercial japonesa no setor de jatos parece garantido. Isso, devido às pressões corporativas e do governo, pois o MRJ representa, acima de tudo, o reerguimento da indústria aeroespacial do país, desmantelada após a Segunda Guerra Mundial. 

Os atrasos (o jato regional de 90 lugares deveria ter voado em 2013, porém a primeira entrega ficou para 2020) prejudicou em muito suas chances de sucesso comercial, já que tem como concorrentes fornecedores como a Embraer do Brasil e a Bombardier do Canadá, enquanto China e Rússia não escondem suas intenções de entrar no seleto clube aeroespacial do mundo.

A prioridade do governo japonês não é o eventual lucro para a Mitsubishi Aircraft e sim, fazer do MRJ um recurso de concretização do renascimento de uma indústria que não teve êxito há meio século com o turbo-hélice YS-11 (conhecido no Brasil como “Samurai”, quando operou na Vasp), último modelo para passageiros fabricado no Japão.

Enquanto o MRJ ainda aguarda a certificação FAA de aprovação para o transporte comercial, os clientes comprometidos com sua aquisição apostam no apoio das grandes empresas japonesas para completar o programa. 

A Mitsubishi Aircraft Corp. é composta pela Mitsubishi Heavy Industries (64%), Toyota Motor Corp. (10%) e Mitsubishi Corp. (10%). Outros acionistas são o Banco de Desenvolvimento do Japão, a Sumitomo e a Mitsui & Co.

ANA Holdings, maior aérea do país, cliente lançador do MRJ declara que pretende honrar sua encomenda de 15 aeronaves, mesmo que isso signifique operar jatos mais antigos durante mais tempo. “Queremos o MRJ em nossa frota e, mesmo na fila de espera por tempo não previsto esperamos ansiosamente pelas primeiras entregas” disse Yuji Hirako que comanda a All Nippon Airways.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 24/04/2017, às 13h25 - Atualizado em 25/04/2017, às 08h22


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