Aeronaves disputam contrato do Pentágono para substituição da frota de 17 jatos JSTAR
A Boeing está propondo ao Pentágono a substituição da frota de 17 jatos JSTAR, utilizados na vigilância das forças terrestres nas zonas de combate e seleção de alvos em posições inimigas. O contrato inclui, como concorrentes, dois jatos de negócios da mais alta qualidade: o Gulstream G550 e o Bombardier Global 6000.
A Força Aérea dos Estados Unidos terá de optar entre um dos três. O primeiro, original, pode transportar cerca de 135 passageiros enquanto os concorrentes transportam menos de 20. O tentador contrato de US$ 6,9 bilhões vai colocar, frente a frente, o Boeing 737 contra o G550 e o Global 6000. O resultado será revelado no terceiro trimestre do ano.
Os 17 JSTARS estão repletos de sistemas de radar hi-tech e equipamentos de análise computacional. A Boeing espera que, em caso de vencer a acirrada concorrêcia, a Força Aérea estaria inclinada a escolher o 737 para substituir mais de 100 tipos diferentes de aeronaves para missões espceciais que constam de seu inventário.
Para missões especiais, as forças aéreas cada vez mais escolhem jatos de negócios, que voam mais alto, mais rápido e mais longe do que os modelos comerciais. A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) escolheu a Gulfstream como avião de contramedidas eletrônicas, com deignação codificada Compass Call.
A grande vantagem dos jatos de negócios parece residir em seu desempenho: o G550 tem um alcance de centenas de milhas a mais do que o 737 e é mais econômico. Sendo muito mais leve, pode decolar em pistas mais curtas tendo assim acesso a quase o dobro das bases militares no mundo. O G550 tem um teto de 51.000 pés, ante os 41.000 pés do 737. O que é muito importante quando se aponta o radar a uma região montanhosa, como o Afeganistão.
O terceiro concorrente do JSTARS, que tem o jato de negócios Bombardier como plataforma, conta com uma equipe comandada pela Lockheed Martin, juntamente com a Raytheon, integradora de sistemas eletrônico e de missão. O Bombardier Global 6000 é maior do que o G550 com cabine mais longa e larga e ainda pesa metade do menor modelo de 737.
A tendência das forças aéreas em utilizar jatos de negócios modernos para aplicações militares altamente especializadas (e, eventualmente, secretas) reside na relação custo-benefício, traduzido em custo inicial, economia operacional e desempenho.
Tanto o Gulfstream como o Bombardier custam cerca de US$ 20 milhões menos que o Boeing 737, e são mais econômicos com relação ao consumo de combustível. Um dos principais argumentos na promoção de seus 737 é que a Força Aérea vai economizar quando se tratar de uma frota do modelo devido à redução dos custos operacionais e de manutenção.
Existem mais de 9.000 Boeing 737 em operação no mundo, com peças de reposição amplamente disponíveis nas 24 horas de cada dia. Caso a Boeing seja vencedora da concorrência, as extensas modificações nas células dos 737 serão realizadas durante a montagem final – talvez na mesma linha que está fabricando os modelos Poseidon para patrulhamento marítimo.
Por Ernesto Klotzel
Publicado em 31/05/2017, às 18h45 - Atualizado às 18h41
+lidas