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Mais antiga fábrica de aviões da América do Sul amplia demissões de funcionários

Problemas econômicos e falta tanto de clientes como projetos agravam crise na empresa argentina


A FAdeA (Fabrica Argentina de Aviones) anunciou a continuidade do plano de corte de funcionários, que, desde 2016, já eliminou 350 postos de trabalho. A empresa argentina vem enfrentando dificuldades para manter seu funcionamento e busca uma reestruturação para sair da atual crise.

A estratégia da FAdeA é buscar novos negócios fora das esferas públicas e, assim, no próximo ano, alcançar déficit zero. O fabricante, fundado em 1927, tem atualmente produzido alguns componentes para o Embraer KC-390, assim como trabalha na modernização de dois C-130 Hercules argentinos, três Pampas, um Oreon e um Turbo Mentor.

Mesmo com um histórico rico em projetos, especialmente até meados dos anos 1960, a FAdeA nas últimas décadas tem enfrentado grandes dificuldades, especialmente relacionadas ao humor político argentino.

Após enfrentar grandes pernas no final da década de 1980, quando participava do programa CBA-123, com a Embraer, a FAdeA foi privatizada em 1995 durante o governo de Carlos Menem. O acordo firmado com a norte-americana Lockheed Martin levou à criação da Lockheed Martin Aircraft Argentina, a princípio, numa concessão de 25 anos. As restrições contratuais, dentro da realidade de uma concessão, levaram a empresa a se tornar um mero centro de apoio e manutenção da Lockhed Martin.

Durante o governo Cristina Kirchner, e, 2009, o senado aprovou a reestatização da empresa, quando passou a trabalhar em novos projetos. Na ocasião, Buenos Aires anunciou que haveria uma parceria com para produção de novos aviões com a Embraer, algo que jamais foi confirmado pela fabricante brasileiro.

Em 2014, a FAdeA anunciou o programa IA-73 Unasur I, que previa um treinador primário destinado às principais forças aéreas sul-americanas. No caso da Argentina, o modelo deveria substituir os veteranos B-45 Mentor. No entanto, a grave crise financeira argentina e dos parceiros do programa Unasur, especialmente Venezuela e Equador, levaram ao cancelamento do projeto antes mesmo do primeiro voo.

Atualmente, o fabricante tem trabalhado no desenvolvimento e modernização do IA-63 Pampa, um treinador avançado, derivado do Alpha Jet. A retomada na produção de um novo lote do Pampa exigirá a participação de novos parceiros internacionais. O governo argentino tem mantido contatos com a South African Paramount Group e a alemã Grob, mas sem nenhuma perspectiva de acordo.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 02/02/2018, às 07h00 - Atualizado às 08h40


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