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Exemplo chinês


Desembarcar no Aerporto Internacional de Pequim, o mais movimentado da China, permite ao passageiro comum ter uma dimensão clara do que significa investir em infraestrutura aeroportuária com planejamento. Convidados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo, participamos neste ano da 68ª edição do Iata Annual General Meeting & World Air Transport Summit, que aconteceu na capital chinesa em junho último. No aeroporto, além da amplitude arquitetônica e da quantidade tanto de fingers como de acessos terrestres, salta aos olhos a capacidade do terminal de acomodar visitantes com conforto. A China é um país populoso e se tornou um eixo econômico global, o que faz com que um número cada vez maior de pessoas pouse e decole todos os dias de Pequim, em voos domésticos e internacionais. Nas palavras do economista-chefe da Iata, Brian Pearce, um de nossos entrevistados desta edição, "os chineses têm investido muito na infraestrutura e todas as peças estão sendo colocadas no lugar para uma grande expansão". Sem dúvidas, um bom exemplo para o Brasil.

Outro entrevistado deste mês, Randy Tinseth, vice-presidente de Marketing para Aviação Comercial da Boeing, reconhece os desafios do Brasil, mas faz previsões otimistas para o país. Segundo ele, a economia vai crescer, as linhas aéreas vão se expandir e a infraestrutura irá melhorar. Na prática, Boeing e Iata se valem de uma estatística reveladora para fazer tais projeções: a de que o brasileiro voa, em média, uma vez a cada quatro anos enquanto os norte-americanos viajam de avião duas vezes por ano. Ou seja, a margem para crescimento do transporte aéreo é grande.

Nesta edição, ainda, uma reportagem exclusiva. Fomos até a Itália para conhecer de perto o novíssimo AW169, cujo primeiro protótipo acaba de iniciar seus testes em voo. Com fotos inéditas do helicóptero já pintado, mostramos em primeira mão os detalhes desse intermediário leve da AgustaWestland, direto da fonte. Nosso piloto de ensaios André Danita chama a atenção em seu artigo para um detalhe importante: "A Agusta não só preencheu uma lacuna em sua linha, entre os modelos Grand e AW139, como também trouxe ao mercado uma aeronave de design completamente novo, algo que não acontecia há décadas nessa categoria".

Finalmente, apresentamos neste exemplar que você tem em mãos duas tendências aparentemente irrefreáveis. Uma delas é o crescimento do modelo de negócio baseado na propriedade compartilhada de aeronaves executivas. Fomos ouvir as empresas por trás desse novo formato de venda e mostramos por que o número de donos helicópteros e aviões fracionados avança no Brasil. A outra tendência é o desenvolvimento da aviação experimental do país com a criação da nova categoria ALE, derivada da norte-americana LSA. Embora promissora, a mudança tem suscitado dúvidas, que o presidente da Abrafal (Associação Brasileira de Fabricantes de Aeronaves Leves), o piloto Hermano Viana, ajuda a esclarecer nesta edição.

Bom voo,
GIULIANO AGMONT E CHRISTIAN BURGOS

Redação
Publicado em 10/07/2012, às 13h10 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45


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