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Ex-pilotos de caça desenvolvem sistema não-invasivo para cirurgias no cérebro

Inovação elaborada por veteranos da Força Aérea de Israel simula complicadas operações


Pilotos de combate e cirurgiões especializados em cérebros têm muito em comum. Com tempo limitado e elevado grau de risco, ambos enfrentam um perigoso alvo à sua frente que deve ser destruído, garantindo ao mesmo tempo um grau mínimo de danos colaterais.

Talvez ninguém entenda melhor esta relação que os engenheiros Alon Geri e Moty Avisar, veteranos da Força Aérea de Israel e co-fundadores do Surgical Theatre de Ohio. A invenção tecnológica transfere o que existe de mais recente em realidade virtual aos cirurgiões que operam cérebros.

Em 2000, os dois ex-militares perceberam que os problemas enfrentados pelos cirurgiões especializados em cérebros eram quase idênticos aos de seus colegas pilotos e chegaram à seguinte conclusão: “Se você não acerta na primeira tentativa ou o jogo acabou ou você vai passar o resto da cirurgia 'apagando o incêndio'”.

Pensando nisso, eles elamboraram pesados óculos pretos que permitem aos médicos penetrarem o crânio do paciente, explorarem uma região mal formada, elaborarem e simularem uma estratégia para o acesso, eliminação e saída da intervenção. Desta forma, eles reduzem eventuais supresas que possam surgir quando a cirurgia, propriamente dita, ocorrer.

Há três anos, então, a tecnologia foi aprovada pelo FDA (orgão dos EUA que regulamenta medicamentos e cuidados com a saúde) e tem sido aplicada em muitos casos de intervenção cirúrgica no cérebro, permitindo ainda sua eventual visualização pelos próprios pacientes. Estes, por sua vez, sentem-se mais confortáveis e com mais controle sobre o procedimento e, consequentemente, costumam mostrar-se mais satisfeitos com os resultados.

Ernesto Klotzel
Publicado em 04/08/2016, às 15h20 - Atualizado em 05/08/2016, às 10h28


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