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Aeronaves novas e empresa sem pilotos

Empresa do Nepal não voa por falta de pilotos

Rotas regionais sofrem com a carência de tripulantes habilitados no país


A falta de pilotos no mundo tem causado grandes problemas para empresas aéreas de todo o mundo. Recentemente, a pequena Nepal Airlines recebeu dois novos turboélices Y-12 que acabam de chegar da China e, segundo previsões, devem ficar em terra durante longo tempo por falta de pilotos no país.

O pequeno país asiático não é o primeiro a enfrentar a escassez de pilotos comerciais, mas por sua modesta economia é um dos que mais sofre com o problema.

As duas aeronaves, com capacidade para 17 passageiros, são os últimos de uma encomenda de seis unidades. O translado entre as instalações da Harbin Aircraft Industry Group e a sede da empresa foi feita por pilotos estrangeiros.

A falta de pilotos obrigou a Nepal Airlines postergar a entrega dos aviões, que estão prontos desde 2015. A empresa formou apenas três comandantes para voar as aeronaves nos últimos três anos e dispõe de 12 copilotos e um piloto instrutor (um dos comandantes está de licença). A empresa de bandeira do Nepal terá quatro Y-12 operacionais em sua frota, mas se nada mudar, terá somente dois comandantes para voa-los. Algumas rotas domésticas já haviam sido suspensas pela falta de tripulação.

A empresa ainda enfrenta outro problema, a performance dos aviões utilizados nas rotas domésticas. Os primeiros dois Y-12 chegaram a Katmandu, capital do Nepal, em 2014 para servir os remotos aeroportos no Himalaia, como Lukla, Jomson, Manang, Simikot, Rala, Jumla e Dolpa. Porém, as aeronaves são limitadas a pistas com rampa máxima de 2% ou inclinação de 1,2 graus. Como resultado, a operação atual se limita a Pokhara e Simara, dependendo agora de um certificado do fabricante chinês para a liberação das operações em pistas com maior relação e inclinação da pista.

Em novembro de 2012, a Nepal Airlines assinou um acordo com a também chinesa AVIC para a aquisição de dois turboélices MA60, com capacidade para 56 assentos, que passaram a operar em destinos domésticos em regiões remotas do país. A ampliação da malha estava estruturada na chegada dos novos Y-12, mas a falta de pilotos tem prejudicado a empresa.

A encomenda de dois A330-200, voltados para voos internacionais de longa distância, deverá contar com tripulação estrangeira. Além da falta de pilotos locais, os elevados custos de treinamento favorecem a contratação de tripulantes já habilitados e com experiência internacional. O único A320 em serviço na empresa, já emprega essa mesma estrutura.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 20/02/2018, às 10h00 - Atualizado às 10h11


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