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O Bell X-22A e a decolagem vertical / Convair NB-36H, o bombardeiro nuclear / Perguntas sobre o Barão Vermelho


O Bell X-22A e a decolagem vertical

Bell X-22A

Uma bizarra aeronave de decolagem vertical testou rotores carenados basculantes. No final dos anos 1960, ele foi um dos vários projetos revolucionários destinados a prescindir de longas pistas pavimentadas. O X-22 parecia com quatro banheiras afixadas a uma fuselagem, deslocando-se pelo céu, mas foi muito importante para as pesquisas sobre a decolagem e pouso vertical e de curta distância. Anos de trabalho da Bell Aerospace Textron culminaram no X-22, primeiro de uma série de aeronaves destinadas a explorar as características VSTOL (decolagem e pouso vertical/curto). Entre 1964 e 1966, dois X-22 foram construídos nas instalações da companhia em Niagara Falls, no Estado de Nova York, EUA. O primeiro foi destruído num acidente sem vítmas, em agosto de 1966, enquanto o segundo realizou voos de teste durante dois anos e meio. Essa aeronave voou primeiro pela Bell, depois pela NASA e finalmente pelo seu principal operador, a US Navy. Em 30 de julho de 1968, o X-22 realizou um voo pairado a uma altura de 2.445 m, recorde mundial para qualquer tipo de aeronave V/STOL. A sustentação aerodinâmica era fornecida por várias fontes, incluindo dutos e asas curtas, e por empuxo gerado pelas suas hélices especiais basculantes. O X-22 voava bem e fez a sua primeira transição da vertical para o voo horizontal, mas o projeto foi abandonado no início de 1980.

Convair NB-36H, o bombardeiro nuclear

Convair NB-36H

Típico da obsessão dos anos 1950 por tudo o que fosse nuclear, o NB-36 foi o protótipo do bombardeiro norte-americano propulsado a energia nuclear X-6, que nunca foi construído. Projetado para voar utilizando uma mistura de propulsão a jato e nuclear, o NB-36 realizou 47 voos entre 1955 e 1957. As asas e os motores eram os utilizados no B-36H padrão, mas o nariz era totalmente diferente. Era uma estrutura de 11 toneladas forrada com chumbo, borracha e um tanque de água como proteção contra a radiação. Na realidade, o reator refrigerado a sódio líquido não foi utilizado para propulsar a aeronave, como deveria ocorrer no X-6, mas foi colocado no porão de bombas durante vários voos. A tecnologia era de fato impressionante. O X-6 deveria decolar utilizando os motores a jato convencionais, porém todo o projeto tornou-se irrelevante diante dos avanços dos aviões convencionais e o projeto foi cancelado pela USAF em 1960.

Perguntas sobre o Barão Vermelho

Fokker Dr. 1

Quando se pensa no Fokker Dr. 1, a primeira imagem que surge é a da aeronave vermelha que ficou famosa, não por ter sido a construída em maior número, nem a melhor produzida pelos alemães durante Primeira Guerra Mundial, mas por ter sido a pilotada pelo Barão Manfred von Richtofen, que ficou conhecido como “Barão Vermelho”, já que seu triplano era pintado dessa cor. Algumas questões, porém, cercam a fama deste histórico personagem. Richtofen era realmente Barão? Por que um triplano? Por que seu avião era vermelho?

Manfred Albrecht Freiherr von Richthofen nasceu em Breslau, em 2 de maio de 1892, e morreu em combate em Vaux-sur-Somme, em 21 de abril de 1918. Pilotou caças alemães na Primeira Guerra Mundial e é considerado, ainda hoje, o “ás dos ases” por ter obtido o maior número de vitórias (80) por um único piloto durante o conflito. Richthofen era um Freiherr (ou “Senhor Livre”), um título de nobreza frequentemente traduzido como “Barão”. Esse título não era um nome nem um direito hereditário, visto que o baronato era herdado pelo primogênito por ocasião da morte do seu pai, mas, no caso de Richtofen, todos os membros masculinos da família o usavam, mesmo enquanto seu pai ainda estava vivo.

Por volta de 1915, o balanço da superioridade aérea mudava frequentemente entre os dois lados, cada um deles procurando produzir o melhor avião. Os britânicos lançaram o triplano Sopwith, que possuía excelentes manobrabilidade e razão de subida, e rapidamente os alemães projetaram o Fokker Dr. 1 ou Dreidecker, ou Triplano1, do qual foram produzidos apenas 320 exemplares. Richtofen, que já começava a construir sua reputação, foi um dos primeiros a testá-lo e gostou tanto do seu desempenho que o adotou como seu avião.

Numa época em que a camuflagem não era muito importante, o vaidoso e já temido piloto decidiu pintar seu avião de vermelho. O pessoal do seu esquadrão quis fazer o mesmo para proteger seu comandante, mas o que ele queria era justamente o contrário, queria ser facilmente identificado pelos seus inimigos. Então, pelo menos para tentar confundir o inimigo, eles pintaram seus aviões de várias cores, o que deu origem ao chamado “Circo Aéreo”.

Por Santiago Oliver
Publicado em 14/07/2014, às 00h00


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