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Com cinco terminais e sete pistas, o Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth é o quarto mais movimentado do mundo em tráfego de aeronaves, com 1.900 voos diários, atendendo a mais de 200 destinos


A American Airlines continua investindo pesado no mercado brasileiro e neste mês de agosto traz uma novidade na rota entre Guarulhos e o Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth (DFW): o Boeing 777-300ER. A aeronave, que passou a integrar a frota da companhia norte-americana em dezembro de 2012 e já vinha operando na rota entre São Paulo e Nova York, agora também passa a ligar os estados de São Paulo e do Texas, nos Estados Unidos. A American opera dois voos diários na rota, sendo que uma das linhas é executada em aeronave do modelo Boeing 767-300. O outro voo, que agora recebe o maior jato da americana, era operado até então pelo Boeing 777 da série 200. A inclusão do jato de última geração atende aos apelos das autoridades aeroportuárias de DFW e dos prefeitos dos municípios onde o aeroporto está erguido, que estiveram em comitiva visitando São Paulo no último mês de junho com o intuito de promover o turismo e atrair novos investimentos para o Texas.

Outro objetivo da missão era atrair a atenção de companhias sul-americanas para Dallas/Fort Worth, oferecendo incentivos para a operacionalidade de um novo voo entre a América do Sul e os Estados Unidos. “Não há melhor maneira de atrair negócios do que a chegada de uma nova companhia aérea ao nosso aeroporto”, destaca Mike Rawlings, prefeito de Dallas. Porém, a verdade é que a chegada de uma companhia de bandeira sul-americana ou mesmo do Brasil, em princípio, está fora dos planos. O mais certo é que as companhias que já operam ligações regulares entre as Américas consolidem os serviços já existentes com maior número de frequências e aviões de maior capacidade. A comitiva, por outro lado, não deixou de valorizar o serviço que é prestado pela companhia aérea compatriota. “Nós estamos satisfeitos com os serviços da American Airlines e, sem dúvida nenhuma, contentes com a chegada do novo Boeing 777-300, que trará maior oferta de assentos na linha entre São Paulo e Dallas”, ressalta Betsy Price, prefeita de Fort Worth.

Os esforços da comunidade de Dallas e de Fort Worth não devem parar por aí. Segundo a administração de DFW, o tráfego de passageiros entre o aeroporto e os destinos na América do Sul continua crescendo, resultado do crescimento da economia nos principais polos geradores de negócios. O movimento de passageiros a partir do Rio de Janeiro, que ainda não conta com voos sem escalas da American para Dallas, dobrou nos últimos cinco anos. Phil Ritter, vice-presidente do DFW lembra que o Texas é também o maior exportador de produtos manufaturados para o Brasil, incluindo equipamentos para a indústria do petróleo, químicos, equipamentos de alta tecnologia e computadores. O executivo ressalta que o aeroporto está erguido no entroncamento de cinco importantes rodovias interestaduais norte-americanas, com acesso fácil aos 50 mercados mais disputados naquele continente. “Também pretendemos atrair novas operações voltadas para o transporte de carga aérea, lembrando que hoje o DFW já atende a 17 companhias exclusivamente cargueiras”, disse Ritter.

Mais eficiência

Para melhor atender à demanda de passageiros, DFW está investindo US$ 2,3 bilhões em obras de revitalização dos terminais domésticos e das áreas do entorno do aeroporto, previstas no chamado TRIP (Terminal Renewal and Improvement Program). Os trabalhos começaram em 2010 e estão voltados principalmente para a melhoria da infraestrutura no setor de segurança, onde as áreas reservadas para o processo de embarque recebem novos equipamentos e mais pórticos detectores de metal, que devem contribuir para a diminuição das filas na área de embarque. O aeroporto também está reformulando as áreas reservadas para o desembarque, que passa a incorporar nova geometria na distribuição das esteiras para restituição de bagagem.

Os terminais domésticos também terão melhoria na sinalização e na área comercial, que trará nova apresentação visual nas lojas, além da chegada de novas marcas. “As obras deixarão o aeroporto mais verde, não na cor, mas no conceito de torná-lo mais eficiente, econômico, com menor consumo de energia e adaptado para melhor exploração do trabalho no segmento da reciclagem”, revela Phil Ritter. De acordo com a administração de DFW, 70% das obras estão voltadas para melhoria nos sistemas mecânico, elétrico e de tratamento de água e esgotos. As obras no terminal doméstico “A”, que também terá um novo edifício-garagem com 7.700 vagas, devem estar concluídas até 2014. E as demais execuções serão entregues até 2017.

Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth (DFW) – Texas (EUA)
Código OACIKDFW
Código IATADFW
Posição32°54’N-97°02’W
Elevação607 pés
Distância para o centro20 km
Pistas17L/35R    2.591 x 46 m
17C/35C    4.085 x 46 m
17R/35L    4.085 x 60 m
18L/36R    4.084 x 61 m
18R/36L    4.084 x 46 m
13L/31R    2.743 x 61 m
13R/31L    2.835 x 46 m
ILS17L   176º 111.75 I-PPZ
17C  176º 110.3 I-FLQ
17R  176º 111.35 I-JHZ
35L   356º 111.35 I-UWX
35C   356º 110.3 I-PKQ
35R   356º 111.75 I-AJQ
18L   176º 110.55 I-CIX
18R   176º 111.9 I-VYN
36L  356º 111.9 I-BXN
36R   356º 110.55 I-FJN
13R   135º 109.5 I-LWN
31R   311º 110.9 I-RRA
VORCowboy (116.2 CVE) – VOR/DME
Maverick (113.1 TTT) – VOR/DME
Ranger (115.7 FUZ) – VORTAC
NDBCedar Hill (353 XQH)
Jecca (388 JUG)
Lancaster (239 LNC)
Mesquite (248 PQF)
Redbird (287 RBD)
ATIS123.775 (aproximação); 135.925 (saída)
Torre Dallas124.15 (oeste); 126.55 (leste); 127.5 (leste);
134.9 (oeste)
Solo Dallas121.65 (leste); 121.8 (leste) 121.85 (oeste)
Tráfego128.25
Radar (saída)118.55 (leste); 124.825 (norte); 125.125 (sul);
126.475 (oeste)
Radar (aproximação)119.875 (oeste); 125.025 (leste); 133.525 (leste);
133.625 (oeste)
Radar (classe B)124.3 (NE); 118.1 (NW); 125.2 (SE); 135.975 (SW)
AdministraçãoDFW – Dallas/Fort Worth Int. Airport
Websitewww.dfwairport.com
Telefone1 (972) 574-6000
FBODFW Corporate Aviation - 1 (972) 574-8899

Hub da American

O Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth é considerado atualmente o quarto mais movimentado do mundo em tráfego de aeronaves, com 1.900 voos diários, atendendo a 149 destinos nacionais e 52 no exterior. Nas estatísticas de volume de embarques e desembarque, DFW detém a oitava colocação no ranking mundial, com a média de 58 milhões de passageiros a cada ano. O aeroporto ocupa uma área de 6.963 hectares, sendo o maior no estado do Texas e o segundo em grandeza nos Estados Unidos, perdendo apenas para o Aeroporto Internacional de Denver, no Colorado. Como porta de entrada de turistas nos EUA, DFW ocupa a 10ª colocação e, no Texas, é o segundo aeroporto mais utilizado, atrás apenas de Houston. O campo ocupa áreas pertencentes aos municípios de Dallas e Fort Worth, que são responsáveis por nomear seus administradores, cujos trabalhos também contam com a participação de membros escolhidos nas comunidades vizinhas de Irving, Euless, Grapevine e Coppell.

Dallas/Fort Worth opera cinco terminais de embarque, sendo quatro domésticos (A, B, C e E) e um internacional (D). No total, são nada menos do que 161 pontes de embarque, sendo que o aeroporto ainda tem espaço para incorporar novos edifícios, podendo chegar a um total de 260 portões. Porém, o sexto terminal de passageiros ainda não está previsto no cronograma das próximas obras de ampliação do aeroporto.

Com exceção do Terminal D, os edifícios para atendimento dos voos domésticos têm o mesmo desenho, que remete ao formato da letra “U”. O Terminal A, erguido na ala leste do campo, opera 31 fingers e atende exclusivamente aos voos domésticos da American Airlines, que tem em Dallas seu principal hub. No lado oposto, na ala oeste, está o Terminal B, que chegou a atender aos voos da antiga Braniff entre 1974, quando DFW foi inaugurado, e maio de 1982. Hoje, ele é exclusivo da American Eagle, a companhia regional da American Airlines, que recebe seus voos através de 35 pontes de embarque.

De volta à ala leste, temos mais dois edifícios de embarque erguidos lado a lado: o terminal C, que opera mais 31 portões de embarque, também dedicados aos voos da American Airlines, e conta com hotel adjacente, o Hyatt Regency, que recentemente recebeu aporte de US$ 50 milhões para obras de revitalização; e o terminal E, que atende a todas as linhas aéreas domésticas norte-americanas com exceção da American Airlines. Este último edifício conta com 35 fingers, além de um satélite para embarque remoto, que tem acesso pelo subsolo, e o deslocamento dos passageiros é realizado por esteiras rolantes. Desde 2012, esse edifício anexo ficou exclusivo para a operação dos voos operados pela companhia norte-americana Spirit Airlines.

ESTATÍSTICAS
Passageiros
58.418.630
Aeronaves
547.617
Carga aérea
660.661 ton

Iluminação natural

Em 2006, visitei pela primeira vez o Terminal D de DFW. Cheguei pelo Terminal C, em voo procedente de Houston, e embarquei no trenzinho automático do sistema Skylink. Notei mudanças na própria linha, já que antigamente não existiam trens circulando nos dois sentidos, de leste para oeste e vice-versa. Os veículos seguiam em direção única, a baixa velocidade (27 km/h), e as conexões eram muito demoradas. Com a reformulação da linha, entregue um ano antes da minha ida a Dallas, os trens passaram a circular nos dois sentidos e com velocidade média de 56 km/h. Uma maravilha!

Ao me aproximar do Terminal D, que foi inaugurado em 23 de julho de 2005, não pude deixar de arregalar os olhos. Diferentemente dos outros quatro terminais, o edifício foi erguido com arquitetura arrojada, valorizando a iluminação natural e com muito espaço reservado para seus passageiros e a área comercial, que trouxe nomes de peso, como a Mont Blanc e a Brookstone. O edifício ocupa área de 186.000 m² e tem capacidade para movimentar 32 mil passageiros ao dia, ou 11,7 milhões ao ano. São 29 pontes de embarque, além de 200 posições de check-in. O passageiro também conta com um hotel cinco estrelas, o Grand Hyatt DFW Hotel, que oferece 298 apartamentos e está ligado diretamente ao terminal. Também há um edifício-garagem com oito pavimentos e 8.100 vagas, cuja interligação para o Terminal D é oferecida em ponte fechada, com ar-condicionado e servida por esteiras rolantes.

A sinalização no Terminal D também é muito boa. Nos placares eletrônicos instalados junto aos portões de embarque, por exemplo, o passageiro pode visualizar diversas informações, incluindo até a previsão do tempo no destino do voo. Já para quem desembarca, o aeroporto oferece conexão por ônibus até uma estação de trens (Centre Port/DFW Airport Station) localizada na ala sul do campo, cujas composições pertencentes a Trinity Railway Express ligam DFW aos municípios de Dallas e de Fort Worth. Também há ônibus urbanos que deixam os passageiros no Centro de Dallas e na comunidade vizinha de Irving. Mas, a grande novidade fica para 2014, quando será entregue uma estação de trens na área central do aeroporto, entre os Terminais A e B. As composições devem se deslocar pela Linha Laranja, conectando em poucos minutos o aeroporto a Dallas e a área de Las Colinas.

Sete pistas

O Aeroporto Internacional de Dallas/Fort Worth não é só bem servido em terminais de passageiros, mas também, e principalmente, em pistas para pousos e decolagens. São nada menos que sete, sendo que quatro delas estão construídas na ala leste do campo e três na ala oeste. Na área média estão os edifícios de embarque e suas respectivas vias de acesso. Cinco das sete pistas são paralelas no sentido norte-sul.

Na ala leste, podem operar simultaneamente para pousos e decolagens as pistas 17R/35L e 17L/35R, ou a 17L/35R junto com 17C/35C (“C” de central). Esta última fica muito próxima da pista 17R/35L e por isso as operações simultâneas nestas duas pistas são limitadas a condições meteorológicas favoráveis. Em geral, os controladores de voo procuram liberar as decolagens a partir da pista 17R/35L, deixando a 17C/35C e 17L/35R reservadas para as operações de pouso. Mas ainda há uma quarta pista construída em diagonal. A 13L/31R, paralela a outra pista de configuração em diagonal presente na ala oeste (13R/31L), que pode ser utilizada para decolagens (cabeceira 13R) ou para pousos (cabeceira 31R).

Na ala oeste, as pistas paralelas têm a designação 18L/36R e 18R/36L. Também são muito próximas e as operações simultâneas são executadas somente em condições de boa visibilidade, sendo que a pista 18L/36R é a preferencial para as operações de decolagens. Já a pista em diagonal 13R/31L pode ser utilizada para pousos (13R) ou para decolagens (31L).

Quando o aeroporto opera nos mínimos para pousos por instrumentos (ILS), os serviços da Torre e do Controle de Aproximação Radar (Tracon) deixam os tráfegos mais separados para evitar conflitos. Mas, mesmo em condições marginais, o aeroporto pode trabalhar com três pistas paralelas simultaneamente no sentido norte-sul ou vice-versa (17L/35R, 17C/35C, e 18R/36L), além das pistas em diagonal. Para distribuir adequadamente o trabalho entre os controladores de voo, trazendo mais segurança às operações, DFW conta com três edifícios de Torre de Controle: a central, a leste e a oeste. A Torre Central só é acionada nos momentos de maior movimento ou se a supervisão da FAA (Federal Aviation Administration) em Dallas julgar necessário o acionamento de mais uma equipe de controladores. DFW também é um aeroporto rico em taxiways, sendo que os pilotos são orientados pelos controladores da posição “Solo”, que estão posicionados nas torres de controle, enquanto as manobras para acionamento de motores, push-back e entrada nos gates são liberadas pelos funcionários do aeroporto que trabalham nas torres erguidas sobre os terminais de passageiros.

Quem estiver em visita a DFW e for entusiasta pela aviação pode visitar o Founders Plaza, uma área dedicada à observação do movimento de pousos e decolagens, que está localizada no setor norte do campo, com direito à escuta das transmissões da torre de controle e binóculos industriais montados em pequenos postes adequados para a visualização das aeronaves. Também está lá o Memorial inaugurado em 2010 em homenagem às vítimas do voo 191 da Delta Airlines, um Lockheed L-1011 “Tristar” que se acidentou na aproximação final para DFW em 2 de agosto de 1985.

Já os entusiastas ou mesmo pilotos que não estão com viagem marcada para Dallas, mas têm interesse em escutar as transmissões de rádio emitidas pelas torres de controle de DFW e o Tracon, podem acessar links para a escuta na página eletrônica www.dfwtower.com, que também apresenta outros detalhes operacionais bastante interessantes e até uma lista completa das frequências utilizadas no aeroporto.

Por Robert Zwerdling
Publicado em 09/08/2013, às 00h00 - Atualizado em 02/09/2013, às 14h52


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