Dados compilados pela AOPA mostram que o índice de segurança das operações melhorou
O Instituto de Segurança Aérea da AOPA (Aircraft Owners and Pilots Association) anunciou que o índice de segurança dos voos se manteve baixo em sua última compilação de dados que fez, considerando a consolidação dos números desde 2014. A entidade promete agora redobrar seus esforços junto aos aeroclubes e outros membros da comunidade da aviação geral para uma melhoria ainda maior.
O número de acidentes na aviação geral com relação ao número de horas voadas permaneceu baixo (um recorde) pelo segundo ano consecutivo. Os 952 acidentes "não comerciais" com aeronaves de asas fixas em 2014 corresponderam a uma queda de nove ocorrências com relação ao ano anterior. Na média, foram 5,78 acidentes por 100.000 horas. Os dados constam do relatório do AOPA Air Safety Institute, uma das publicações da mais alta confiabilidade e referência no setor.
O aumento de atividade nas operações comerciais das asas fixas e não comerciais nos helicópteros, mais que contrabalança a queda de atividade nos segmentos dos helicópteros comerciais e não comerciais das aeronaves de asas fixas, resultando em um agregado de mais de 1,7% de aumento de horas de voo: de 22,7 milhões de horas de voo em 2013 para 23,1 milhões em 2014.
Os 229 acidentes fatais do ano, que fizeram 354 vítimas, representam uma queda de 3,0% comparado a 2013. Já a incidência de acidentes fatais aumentou em 11,0%. O número de vítimas de voos não comerciais em aeronaves de asas fixas aumentou em 15, ou 5,0%. As 11 vítimas em aeronaves comerciais de asas fixas corresponderam a um declínio de 39%, ano a ano. Aconteceu o inverso com os helicópteros. Voos não comerciais causaram menos 18 vítimas, ou 43,0%, enquanto em voos comerciais o número aumentou de 8 para 13 vítimas.
Voos não comerciais em asas fixas totalizaram 75% de toda a atividade da aviação geral em 2014, 2,0% superior a 2013; no entanto, estas operações somaram 82,0% de todos os acidentes, percentagem superior aos 81,0% de 2013. Foram também responsáveis pelos 86,0% dos acidentes fatais, superiores aos 81.0% do ano anterior.
As causas dos acidentes não variam de modo significativo de ano a ano: aqueles que podem ser atribuídos – ao menos, em parte – a conduta dos pilotos continuam responsáveis por cerca de 75,0% de todos os acidentes (20% deles, fatais).
Entre os acidentes relevantes à operação dos pilotos estão as falhas de planejamento ou de decisões, e os riscos característicos nas fases críticas do voo. Exemplos típicos são as operações de decolagem, pouso e subida: má gestão do combustível (um aumento de 10%) e manobras a baixa altitude. A grande maioria dos acidentes poderia ser evitada. Um bom começo seria convencer um número maior de pilotos a acessar as informações sobre segurança.
Embora os dados ainda não estejam compilados, houve em 2016 um aumento de 3,0% no número de acidentes, mas os fatais baixaram dos 20,0% para 16,0% do total. Pelo quarto ano consecutivo, 2016 registrou menos de 1000 acidentes não comerciais com asas fixas, com menos de 200 vítimas fatais. Foram 156, 6,0% abaixo do nível recorde anterior de 167, registrado três anos antes.
A AOPA continua se concentrando em uma série de ações para a melhoria da segurança de voo na aviação geral, colaborando com agências goevrnamentais e outras organizações aeronáuticas. Há mais de 60 anos, seu Air Safety Institute tem elaborado programas gratuitos para contribuir para uma pilotagem mais segura.
Por Ernesto Klotzel
Publicado em 29/08/2017, às 16h48 - Atualizado às 17h54
+lidas